Entre despertador, café e mensagens no celular, um detalhe aparentemente banal costuma passar despercebido: a cama desarrumada. Para parte das pessoas, arrumar o colchão e esticar o lençol é tão automático quanto escovar os dentes; para outras, deixar tudo como ficou durante a noite faz parte da rotina.
O que a psicologia diz sobre o hábito de fazer a cama
A palavra-chave central aqui é a psicologia do hábito de fazer a cama. Especialistas em comportamento apontam que rotinas matinais criam uma estrutura mental que ajuda o cérebro a entrar em “modo de funcionamento”, usando gestos simples como sinais de início de jornada e de organização interna.
Estudos baseados no modelo dos Cinco Grandes traços de personalidade sugerem que pessoas com alta pontuação em responsabilidade e meticulosidade tendem a valorizar mais esse tipo de ordem visual. Para esse grupo, uma cama organizada transmite sensação de dever cumprido, favorece a rotina e pode até servir como pequeno reforço de autoeficácia diária.
Para explorar o tema, trouxemos o vídeo da psicóloga Daniella Borderes que explica a psicologia por trás do ato de arrumar a cama:
@daniella_borderes Arrumar a própria cama significa arrumar e organizar tudo aquilo que carregamos dentro de nós. O mundo de fora reflete o de dentro e vice-versa.#tomadadedecisao #eucrioaminharealidade #autoconhecimento #empoderamentofeminino #umdiadecadavez #arrumaracama #organizarpensamentos #organizaremoções #limparsentimentos #autocura ♬ som original – daniella_borderes
Não fazer a cama é sinal de desorganização ou estilo diferente
A interpretação de que deixar a cama desarrumada significa desorganização não é consenso na psicologia sobre o hábito de não fazer a cama. Alguns estudos apontam que pessoas com menor necessidade de controle visual do ambiente podem apresentar maior flexibilidade mental e tolerância à incerteza, direcionando a atenção para o que consideram mais relevante.
Nesses casos, a cama sem arrumar pode ser apenas indicativo de um estilo mais espontâneo e menos rígido. Em perfis criativos ou em rotinas profissionais muito dinâmicas, a prioridade recai sobre prazos, projetos e decisões rápidas, e não sobre a aparência do quarto, sem que isso signifique ausência de planejamento em outras áreas da vida, como mostra o estudo da Universidade de Minnesota.
Como o hábito de fazer a cama influencia a saúde
A relação entre psicologia, cama arrumada e saúde também é tema de investigação. Especialistas em sono recomendam que o quarto favoreça relaxamento, limpeza e ventilação adequada, o que impacta alergias respiratórias, qualidade do descanso e até a associação mental entre cama e repouso reparador.
Alguns pesquisadores apontam que, ao levantar, o corpo libera calor e umidade na roupa de cama, e se o colchão é coberto imediatamente, a circulação de ar diminui. Por isso, muitos profissionais sugerem um meio-termo: arear o colchão e o lençol por alguns minutos antes de esticar os tecidos, conciliando organização visual com higiene.
- Deixar a cama aberta por 20 a 30 minutos antes de arrumar.
- Trocar lençóis a cada uma ou duas semanas, conforme o clima e o uso.
- Lavar fronhas semanalmente, devido ao contato direto com pele e cabelo.
- Controlar a umidade do quarto em faixa moderada para evitar fungos e ácaros.
- Abrir janelas para entrada de luz natural e circulação de ar sempre que possível.

Por que algumas pessoas precisam desse ritual e outras não
Quando se observa a psicologia por trás de arrumar ou não a cama, entram em cena também as experiências de vida e os modelos aprendidos na infância. Em muitos lares, fazer a cama é um dever diário associado à responsabilidade; em outros, a prioridade recai sobre estudo, trabalho ou horários apertados, e o quarto fica em segundo plano.
Além disso, o cronotipo – tendência biológica a ser mais ativo de manhã ou à noite – influencia diretamente o comportamento matinal. Pessoas que acordam cedo costumam ter alguns minutos a mais para organizar o ambiente, enquanto quem levanta no limite tende a simplificar a rotina. Para a psicologia, o foco está em entender o que o hábito revela sobre gestão de energia, necessidade de controle e forma de estruturar o cotidiano, e não em classificá-lo como certo ou errado.










