A escolha entre adotar um cachorro ou um gato como animal de estimação parece uma simples questão de preferência, mas esconde aspectos psicológicos e emocionais complexos que influenciam diretamente a decisão das pessoas.
Quais traços de personalidade se destacam em quem prefere cachorros?
Pessoas que se identificam mais com cachorros frequentemente buscam companhia ativa, lealdade e vínculos diretos. Um estudo com 418 participantes encontrou que os amantes de cães, em média, são mais calorosos, sociáveis, ousados socialmente e orientados por regras do que os amantes de gatos, que por sua vez pontuaram mais alto em inteligência geral, abstração e autossuficiência (Guastello et al., 2017).
Além disso, os chamados amantes de cães tendem a possuir grande facilidade em criar laços significativos, sendo mais propensos a investir tempo e energia em formas de interação e em rotinas ao ar livre. Pesquisas mostram que pessoas que se identificam como “do tipo cachorro” tendem a pontuar mais alto em extroversão, agradabilidade e conscienciosidade, e mais baixo em neuroticismo do que as que se identificam como “do tipo gato” (Gosling et al., 2010).

O que define o perfil comum dos amantes de cachorros?
Quem prefere cachorros geralmente valoriza fidelidade e confiança em suas relações pessoais, além de apresentar inclinação por rotinas estruturadas. Essas pessoas também costumam demonstrar um nível de energia elevado, gostando de atividades físicas e de envolver-se em brincadeiras e caminhadas.
Outro traço marcante é a abertura emocional. Esses indivíduos costumam expressar sentimentos de forma aberta, tornando-se emocionalmente acessíveis e criando ambientes onde a comunicação flui naturalmente. Veja algumas características comuns entre essas pessoas:
- Valorização da sinceridade e lealdade
- Facilidade para demonstrar emoções
- Apreço por rotinas, regras e ordem
- Preferência por atividades ao ar livre
O vínculo emocional com um cão revela muito sobre a pessoa
A relação com um cachorro vai além do simples afeto, representando um apego seguro e uma necessidade importante de conexão contínua. Pessoas que escolhem cães geralmente se sentem mais confortáveis em ambientes de proximidade e reciprocidade emocional.
O papel de cuidador ou protetor, proporcionado pela dependência do cão, fortalece ainda mais o vínculo afetivo. Isso pode gerar uma sensação de propósito e realização pessoal para quem se dedica aos animais.
A psicóloga Andressa Zaninni, em seu perfil @souandressa.psi explica o que acontece no seu cérebro ao ter um cachorro em casa:
@souandressa.psi O que seu animalzinho representa para você? Vou falar um pouco sobre o meu: – me deu algumas noções sobre o que era a maternidade; – me ensinou sobre estigma e preconceito (Bull Terrier); – mostrou que fazer novas amizades pode ser algo muito simples e surpreendente; – que rodapés são ótimos para descontar a ansiedade de separação (e que apego à uma casa impecável custa muitos momentos de diversão); – entre tantas outras lições… O que o seu fez (ou faz) por você? Um abraço da tua psicóloga.#saudemental #autismo #depressão #terapiasistemica #pet ♬ som original – Andressa Zaninni – Psi
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Manter uma rotina de passeios é essencial para o bem-estar do cão
A frequência ideal para passear com um cachorro deve ser adaptada à raça e ao temperamento do animal. Passeios regulares são fundamentais não apenas para a saúde física do cão, mas também para manter seu equilíbrio emocional e evitar comportamentos indesejados.
Durante o passeio, o cão pode explorar o ambiente, interagir socialmente e gastar energia acumulada. Isso resulta em benefícios para a relação entre tutor e animal e estimula a satisfação de ambos.
Escolher ter um cachorro reflete valores e estilo de vida
Ter um cachorro não significa apenas optar por um animal alegre e brincalhão, mas também assumir uma decisão que reforça traços de personalidade, valores e preferências individuais. Observa-se que amantes de cães projetam seus próprios desejos e expectativas nesses companheiros fiéis.
Ao optar por um cachorro, muitas pessoas encontram uma extensão dos próprios desejos emocionais, consolidando a sensação de ter ao lado um parceiro compatível e satisfeito – o que evidencia que essa escolha vai muito além do aspecto recreativo.
Referências bibliográficas
- GOSLING, S. D.; SANDY, C. J.; POTTER, J. Personalities of self-identified “dog people” and “cat people”. Anthrozoös, v. 23, n. 3, p. 213–222, 2010.
- GUASTELLO, A. D.; GUASTELLO, D. D.; GUASTELLO, S. J. Unleashing the Personality Divide: Resilience in Dog Owners. Human–Animal Interaction Bulletin, v. 5, n. 1, p. 41–57, 2017.









