A pesquisa sobre a relação entre a saúde bucal e doenças cerebrovasculares ganha relevância crescente, especialmente porque estudos recentes destacam que a doença periodontal pode estar associada a danos na substância branca do cérebro e ao maior risco de acidente vascular cerebral isquêmico, além de outros eventos cardiovasculares importantes.
Doença periodontal está associada a danos na substância branca do cérebro
No estudo conduzido por Souvik Sen e colegas da Universidade da Carolina do Sul, observou-se que a doença periodontal foi associada a um aumento nos volumes de hiperintensidade da substância branca em participantes do estudo de Coorte de Aterosclerose em Comunidades (ARIC). Uma análise paralela do mesmo grupo de estudo mostrou também que incidência de derrame isquêmico era significativamente maior em pessoas com doença periodontal.
Essas descobertas sugerem que o acompanhamento e a prevenção da doença periodontal podem desempenhar um papel fundamental na redução de riscos cérebrovasculares, sendo um tema central em debates científicos recentes sobre prevenção primária.
Hiperintensidades da substância branca indicam riscos para saúde cerebral
As hiperintensidades da substância branca, frequentemente consideradas uma expressão silenciosa de doença cerebrovascular, são sinais de alerta para possíveis problemas futuros. Elas estão associadas ao maior risco de demência, mortalidade e déficits funcionais.
Esse quadro sugere que a boa saúde bucal pode contribuir na prevenção da carga de hiperintensidade da substância branca, auxiliando na diminuição do risco de derrame e promovendo melhores resultados neurológicos a longo prazo.

O papel dos neurologistas na prevenção da doença cerebrovascular
Muitos neurologistas ainda não consideram a saúde bucal parte relevante da prevenção primária de doenças cerebrovasculares, concentrando-se em abordagens tradicionais, como tratamentos farmacológicos. Contudo, especialistas como Leonardo Pantoni, da Universidade de Milão, defendem a inclusão de intervenções relacionadas ao estilo de vida, incluindo a higiene oral, nas estratégias de prevenção dessas condições.
A integração desses cuidados pode ampliar a eficácia do controle dos fatores de risco, beneficiando tanto a saúde cerebral quanto sistêmica e ajudando a reduzir outros riscos à saúde associados à má higiene oral.
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Inflamação causada por doenças dentárias pode contribuir para eventos cardiovasculares
Acredita-se que a inflamação sistêmica, provocada por doenças dentárias, possa desempenhar um papel relevante na saúde do cérebro e no desenvolvimento de doenças cerebrovasculares. Se novos estudos confirmarem essa ligação, estratégias voltadas para o controle da inflamação gengival podem ser determinantes na prevenção de lesões na substância branca.
Para ajudar na prevenção desses problemas, algumas medidas práticas são indicadas e podem impactar tanto a redução da inflamação como a diminuição dos riscos de doenças vasculares:
- Higienizar adequadamente os dentes com escovação e uso de fio dental diariamente
- Realizar consultas regulares ao dentista para limpeza profissional e acompanhamento
- Adotar uma dieta equilibrada, evitando excesso de açúcar e alimentos processados
- Buscar educação sobre a relação entre saúde bucal e bem-estar geral
A importância das práticas de saúde oral na prevenção de doenças cerebrovasculares
Compreender o impacto da saúde bucal na prevenção de doenças cerebrais e cardiovasculares é fundamental para desenvolver hábitos de cuidado oral consistentes. Implementar uma rotina de higiene bucal diária pode ser um dos passos mais importantes para manter a saúde geral e cerebral ao longo da vida.








