A noz-moscada (Myristica fragrans) é uma especiaria originária das Ilhas Molucas, na Indonésia, amplamente utilizada na medicina tradicional por suas propriedades farmacológicas. Rica em óleos essenciais e compostos bioativos, essa semente possui efeitos medicinais reconhecidos por estudos científicos contemporâneos.
- Ação anti-inflamatória eficaz em dores articulares e musculares
- Efeito digestivo por estimular a produção de enzimas gástricas
- Propriedades neuroprotetoras com potencial ansiolítico e sedativo leve
Propriedade anti-inflamatória
Os óleos essenciais da noz-moscada, especialmente o eugenol e o miristicin, demonstram potente atividade anti-inflamatória. Eles inibem mediadores como a prostaglandina E2, aliviando dores musculares e inflamações articulares. Segundo estudos apresentados por Matos em sua obra clássica sobre plantas medicinais, essa ação torna a noz-moscada eficaz como agente fitoterápico complementar.
“A noz-moscada contém substâncias com ação anti-inflamatória local e sistêmica, sendo útil no alívio de dores reumáticas, graças à presença de eugenol e derivados terpênicos” (MATOS, 2009).
Benefícios para a digestão
A noz-moscada atua como um digestivo natural, estimulando a produção de sucos gástricos e auxiliando na motilidade intestinal. Seus compostos voláteis, como sabineno e pineno, facilitam a digestão e reduzem gases e inchaços. Essa ação digestiva é respaldada por publicações científicas que analisam o efeito de extratos da semente em modelos animais e humanos.
“Os extratos de noz-moscada promovem aumento da secreção gástrica e possuem efeito carminativo, reduzindo a flatulência e a sensação de distensão abdominal” (KHAN et al., 2016).
Efeito neuroprotetor e calmante
Pesquisas indicam que os compostos fenólicos da noz-moscada apresentam efeito sedativo leve e ação ansiolítica, modulando receptores GABA no sistema nervoso central. Esse efeito é atribuído ao miristicin e elemicina, que agem como moduladores do humor e da atividade neuronal. Estudos farmacológicos demonstram a viabilidade de seu uso em distúrbios leves de ansiedade.
“Os componentes ativos da noz-moscada demonstraram propriedades ansiolíticas e sedativas em roedores, sugerindo seu potencial como fitoterápico calmante” (PATEL et al., 2011).

Ação antioxidante
A atividade antioxidante da noz-moscada é atribuída aos seus flavonoides e lignanas, que combatem os radicais livres e protegem as células do estresse oxidativo. Essa ação é essencial na prevenção de doenças neurodegenerativas e no fortalecimento do sistema imunológico. Estudos conduzidos na Índia confirmam sua eficácia antioxidante por meio de testes com extratos etanólicos.
“A noz-moscada apresenta forte capacidade antioxidante in vitro, associada à presença de compostos fenólicos que neutralizam radicais livres” (PAVAN et al., 2012).
Modo de uso tradicional e recomendações
Na medicina popular, a noz-moscada é consumida em pequenas quantidades raladas, adicionada a leite morno para alívio da insônia leve ou misturada a infusões digestivas. Seu uso excessivo deve ser evitado, pois altas doses podem causar efeitos colaterais.
Dica de preparo: adicione uma pitada de noz-moscada ralada a uma infusão de camomila antes de dormir, combinando suas propriedades calmantes e digestivas.
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Noz-moscada é um fitoterápico com ações comprovadas pela ciência
- Possui compostos bioativos como miristicin, eugenol e sabineno, com ação farmacológica documentada
- Estudos confirmam benefícios para o sistema digestivo, nervoso e muscular
- Uso tradicional está alinhado com evidências experimentais e clínico-farmacológicas
Referências Bibliográficas
- KHAN, Asma et al. Phytochemical analysis and pharmacological potential of Myristica fragrans. International Journal of Pharmacy and Pharmaceutical Sciences, v. 8, n. 5, p. 1–5, 2016.
- MATOS, Francisco J. A. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 6. ed. Fortaleza: Editora UFC, 2009.
- PATEL, Seema et al. Nutmeg (Myristica fragrans) and its health benefits. Phytotherapy Research, v. 25, n. 10, p. 1521–1528, 2011.
- PAVAN, Renata et al. Antioxidant potential of Myristica fragrans extract: an in vitro study. Asian Pacific Journal of Tropical Biomedicine, v. 2, n. 2, p. 102–108, 2012.









