O filósofo sul-coreano Byung-Chul Han voltou ao centro das discussões em 2025 ao destacar algo simples, mas cada vez mais raro: a importância dos objetos e dos lugares estáveis para a vida humana. Em um mundo marcado pela velocidade, mudanças constantes e vínculos frágeis, ele argumenta que são justamente os ambientes familiares e os objetos do cotidiano que ajudam a manter a sensação de continuidade.
Por que objetos cotidianos oferecem estabilidade emocional?
Segundo Han, objetos que permanecem ao longo dos anos, uma mesa antiga, uma xícara preferida, um livro marcado, funcionam como pontos de referência. Eles não mudam ao ritmo frenético da vida moderna e, por isso, oferecem uma base emocional para enfrentar o imprevisível. Em um tempo de vínculos breves e consumo rápido, a permanência desses itens cria sentimento de segurança.

Como os lugares influenciam nossa sensação de pertencimento?
Para o filósofo, os espaços que habitamos moldam nossa identidade. Quartos, salas, cozinhas e até trajetos rotineiros ajudam a construir memória e afeto. Esses lugares são vistos como extensões da experiência humana, reforçando a sensação de que fazemos parte de algo contínuo. Quando tudo ao redor muda rápido demais, perder esses pontos fixos pode gerar instabilidade.
Abaixo, um víideo por marcusbruzzo no Tiktok:
De que forma a vida acelerada ameaça essa estabilidade?
Han afirma que a cultura do desempenho e a pressão por produtividade enfraquecem vínculos profundos. Vivemos entre telas, tarefas e estímulos constantes, sem tempo para criar laços com o que nos cerca. A falta de pausas e rituais transforma a vida em algo fragmentado, fazendo com que objetos e ambientes deixem de ter significado.

Como recuperar a conexão com nossos espaços e objetos?
Uma saída é desacelerar e valorizar o que permanece. Cuidar da casa, preservar objetos com história e dedicar tempo aos rituais diários são formas de reconstruir estabilidade emocional. Pequenas ações, arrumar um cantinho especial, reorganizar um cômodo ou manter objetos simbólicos por perto, ajudam a criar sensação de continuidade em meio à rotina acelerada.
A reflexão de Byung-Chul Han ganha força em 2025 justamente porque oferece uma resposta simples a um problema complexo: em um mundo rápido e instável, são os detalhes que permanecem que ajudam a sustentar a vida.










