Sentir arrepio em situações sem frio é uma experiência comum e muitas vezes intrigante. Esse fenômeno pode ocorrer ao ouvir uma música marcante, assistir a uma cena impactante ou lembrar de um momento intenso. Ao contrário do que muitos imaginam, essa reação não está ligada apenas à temperatura ambiente, mas a uma cadeia de processos internos que envolvem emoções, hormônios e o cérebro, com destaque para o papel do hipotálamo, como indicam pesquisas como a “Physiological correlates and emotional specificity of human piloerection”.
O que são arrepios e o que acontece no corpo humano
O arrepio, conhecido cientificamente como piloereção, é uma herança biológica que remete a mecanismos de defesa antigos. Em animais com muitos pelos, essa resposta ajudava a aumentar o volume corporal para afastar predadores ou conservar calor, enquanto em humanos hoje aparece em contextos emocionais e de alerta.
Os arrepios surgem quando pequenos músculos na base dos pelos, chamados músculos eretores, se contraem, fazendo os pelos ficarem eriçados e a pele apresentar pequenas elevações. Essa resposta está ligada ao sistema nervoso autônomo, especialmente à porção simpática, que coordena reações rápidas como aumento da atenção e dos batimentos cardíacos.
Para aprofundarmos no tema, trouxemos o vídeo do perfil @opedroloos:
@opedroloos POR QUE FICAMOS ARREPIADOS? 😰🫠 Existe uma razão bem interessante: é uma resposta do nosso corpo a alguns estímulos! E não são só humanos que ficam arrepiados 👀 Siga o perfil para mais conhecimento todos os dias! 👇🏻 #biologia #ciencia #conhecimento #curiosidades #vocesabia #inteligencia ♬ original sound – Pedro Loos
Como o corpo reage ao arrepio emocional
Quando um estímulo é percebido como intenso pelo cérebro — seja uma melodia, uma lembrança marcante ou um susto — há um disparo de sinais que afetam o corpo inteiro. Nessa cadeia, participam substâncias como adrenalina e noradrenalina, responsáveis por preparar o organismo para reagir rapidamente.
O arrepio aparece como uma das manifestações físicas dessa ativação, junto com mudanças na frequência respiratória e, em alguns casos, sudorese e sensação de tensão muscular. Em pessoas mais sensíveis, essa resposta pode ser mais frequente e intensa, sem necessariamente indicar um problema de saúde.
Por que sentimos arrepios mesmo sem estar com frio
A palavra-chave central aqui é arrepio, mas o fenômeno está diretamente relacionado a estados emocionais. Situações que envolvem medo, admiração, nostalgia ou um forte sentimento de identificação podem desencadear essa resposta, por meio da ativação da amígdala cerebral e do sistema límbico.
Em todos esses casos, o arrepio funciona como um reflexo corporal de um impacto emocional. A temperatura pode estar estável, mas a atividade cerebral e hormonal aumenta, produzindo a mesma resposta que seria desencadeada por um estímulo físico, como o frio intenso.
- Assistir a uma cena tensa em um filme
- Ouvir uma música que desperta lembranças importantes
- Receber uma notícia inesperada e impactante
- Estar em ambientes considerados “carregados” ou assustadores
Qual é o papel do hipotálamo nos arrepios emocionais
O hipotálamo tem papel central na explicação desse fenômeno. Localizado na base do cérebro, ele atua como um centro de comando que integra informações do corpo e do ambiente, participando da regulação da temperatura, do sono, da fome, da sede e de diversas respostas hormonais e emocionais.
Quando há um estímulo emocional forte, sinais vindos de áreas como a amígdala e o córtex cerebral chegam ao hipotálamo. A partir daí, ele coordena a ativação do sistema nervoso simpático e das glândulas suprarrenais, que liberam adrenalina, levando à contração dos músculos eretores dos pelos e ao arrepio, mesmo sem mudança térmica significativa.
Como o hipotálamo integra emoção e sensação de frio
Além de coordenar respostas hormonais, o hipotálamo ajusta a sensação de calor e frio, modulando a vasoconstrição ou vasodilatação dos vasos da pele. Em situações de emoção intensa, ele pode desencadear respostas típicas de frio, como o arrepio, mesmo com temperatura adequada.
Essa aparente “confusão” é, na verdade, uma integração de funções: a mesma estrutura que regula o calor do corpo também responde ao impacto emocional. Assim, estímulos psicológicos e físicos compartilham circuitos neurais comuns, tornando o arrepio um ponto de encontro entre corpo e mente.

Arrepio emocional é normal ou motivo de preocupação
Na maioria dos casos, o arrepio sem frio está associado a reações emocionais normais do organismo. Trata-se de um reflexo fisiológico ligado à interpretação que o cérebro faz de certos estímulos, sendo mais frequente em pessoas sensíveis a música, arte, espiritualidade ou lembranças marcantes.
Algumas situações, porém, merecem atenção, especialmente quando os arrepios vêm acompanhados de outros sintomas, como desmaios, dor no peito, palpitações intensas ou alterações neurológicas. Nesses cenários, a avaliação médica é recomendada para descartar condições cardíacas, neurológicas ou metabólicas.
O que dizem especialistas sobre o fenômeno dos arrepios
Profissionais da área médica descrevem os arrepios como uma manifestação típica da ativação autonômica. Segundo publicação revisada da área de neurologia clínica, “a piloereção é um reflexo mediado pelo sistema nervoso simpático, frequentemente associado a estados emocionais intensos ou à regulação térmica, envolvendo circuitos que incluem o hipotálamo e estruturas do sistema límbico” (Revista Brasileira de Neurologia, 2023).
Essa visão reforça que o arrepio não está restrito ao frio, mas faz parte de um conjunto de respostas que o corpo utiliza para se adaptar a diferentes situações, sejam elas físicas ou emocionais. Assim, o fenômeno é útil tanto na compreensão do funcionamento autonômico quanto na avaliação clínica de respostas emocionais intensas.







