Não é estranho que, ao fechar os olhos ou permanecer em um ambiente em completa escuridão, muitas pessoas percebam clarões, tons suaves ou forme indefinidas. Essas percepções visuais, longe de serem apenas imaginação, ocorrem devido à constante atividade do sistema visual e do cérebro, que continuam funcionando mesmo sem luz externa.
Por que vemos luzes e cores ao fechar os olhos no escuro?
O fenômeno de enxergar luzes ou cores no escuro é cientificamente reconhecido e faz parte do funcionamento normal do sistema visual. Nossa visão pode ser facilmente enganada, pois o cérebro permanece ativo, processando sinais mesmo sem estímulos luminosos.
Segundo o Dr. Scott E. Brodie, especialista em oftalmologia, o processamento cerebral continua mesmo na ausência de estímulos visuais, gerando estas sensações. Essa atividade é uma demonstração de como o sistema visual é dinâmico e adaptável.
O que são fosfenos e por que acontecem?
Uma manifestação comum dessa atividade cerebral são os fosfenos, aqueles clarões ou luzes percebidos ao pressionar suavemente os olhos fechados ou após um impacto na cabeça. Esse efeito ocorre porque células da retina enviam sinais elétricos ao cérebro, interpretados como luz.
No escuro total, essas percepções podem aparecer sem pressão física, resultando da atividade interna do sistema visual. Isso reforça que a experiência de enxergar luzes ou padrões na escuridão é absolutamente normal.

O que é eigengrau e como ele afeta nossa percepção da escuridão?
Ao fechar os olhos ou ficar sem luz, não vemos um preto absoluto, mas sim um tom acinzentado chamado eigengrau. Esse “cinza intrínseco” foi conceituado pelo físico Gustav Fechner e é percebido por causa do “ruído visual” constante da retina.
O eigengrau aparece porque as células da retina continuam enviando sinais ao cérebro mesmo sem luz. Assim, percebemos uma névoa cinzenta-vibrante, e não escuridão total. Essa coloração é uma prova da atividade permanente do sistema visual.
Quais sentidos ficam mais apurados no escuro e por quê?
No ambiente escuro, o sistema visual não é o único a aumentar sua atividade. Os demais sentidos se aguçam para compensar a ausência de luz, aprimorando nossa percepção do ambiente e contribuindo para a sobrevivência ao longo da evolução humana.
Esse aprimoramento produz diversos efeitos sensoriais, avaliados tanto na ciência quanto em práticas do dia a dia:
- Audição: percebe sons mais sutis e distantes
- Olfato: identifica odores que muitas vezes passam despercebidos na claridade
- Tato: se torna mais sensível ao toque e à temperatura
- Propriocepção: melhora a noção de posição e movimento corporal
@fatosdesconhecidos Por que vemos luzes quando fechamos os olhos?
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Como o cérebro interpreta a falta de luz e quais são seus efeitos?
A intensificação sensorial no escuro pode levar à criação de imagens mentais e sensações de presença ao redor, influenciadas pelo ruído sensorial e pela atividade cerebral. Muitas dessas sensações são apenas interpretações subjetivas dos sinais enviados pelos sentidos.
Compreender esses mecanismos ajuda a desmistificar o que sentimos ou “vemos” na escuridão, mostrando a complexidade e criatividade do sistema nervoso. Assim, podemos valorizar ainda mais como nosso cérebro funciona sem depender de mitos ou medos.










