Escolher o tom adequado para as roupas não é uma tarefa simples ou meramente estética. Pesquisadores em psicologia das cores afirmam que a escolha cromática reflete traços de personalidade e, especialmente em casos de baixa autoestima ou insegurança, não acontece por acaso; existe um processo psicológico consciente ou inconsciente por trás disso.
Como as cores das roupas afetam a autoestima e a percepção social
De acordo com especialistas, as cores das roupas podem influenciar tanto o modo como nos sentimos quanto a forma como somos vistos pelos outros. Segundo a psicóloga Karen Pine, autoras de estudos sobre o tema, tons específicos podem funcionar como uma espécie de armadura emocional no cotidiano.
O preto, por exemplo, é associado à elegância, mas também à proteção psicológica. Ao optar por ele, muitos expressam a necessidade de criar um escudo entre eles e o ambiente externo, reduzindo a exposição ao julgamento social e controlando as emoções. Em estudantes do ensino médio, quem preferia cores escuras (marrom, cinza e preto) apresentou níveis mais altos de neuroticismo/ansiedade e maior introversão social em comparação com quem preferia cores vivas como vermelho e amarelo (Cigić; Bugarski, 2010).
O canal Evolução no YouTube, traz a psicologia das cores aplicada nesse contexto das cores:
Quais cores são frequentemente escolhidas por pessoas que se sentem inseguras?
Pessoas que se sentem inseguras geralmente optam por tonalidades consideradas protetoras ou discretas. A escolha tem relação com o desejo de passar despercebido, evitando chamar atenção e reduzindo os riscos de confronto emocional.
Veja abaixo algumas das cores mais escolhidas nesses casos, conforme apontam especialistas:
- Preto: Relacionado à proteção, isolamento emocional e ao desejo de diminuir a visibilidade perante os outros.
- Cinza: Percebido como um tom discreto, ideal para quem deseja cautela e harmonia com o ambiente ao redor.
- Marrom: Embora transmita estabilidade, pode revelar conformismo e receio de mudanças.
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Como tons escuros e neutros influenciam o comportamento emocional
Os tons escuros, como azul-marinho, assim como o bege e terras apagados, são frequentes entre quem busca uma presença mais reservada e tranquila. Esses tons transmitem estabilidade e calma, servindo para criar uma aparência menos chamativa e fornecer conforto emocional.
A escolha desses tons é geralmente uma estratégia para evitar o excesso de atenção. Pessoas inseguras adotam esse recurso para navegar pelas situações sociais sem grandes riscos e mantendo um perfil discreto. Em universitárias chinesas, a ordem de preferência pela cor cinza se correlacionou positivamente com a dimensão Neuroticism–Anxiety do questionário de personalidade, sugerindo que maior apreço por cinza acompanha níveis mais altos de ansiedade/neuroticismo (He et al., 2011).

O uso das cores nas roupas realmente pode melhorar o bem-estar emocional?
Segundo a psicologia das cores, vestir certas tonalidades pode tanto espelhar quanto afetar o estado psicológico do indivíduo. Isso faz com que a cor funcione como ferramenta de expressão de identidade e um caminho para buscar proteção em situações de insegurança.
Em resumo, a seleção de tons mais escuros ou neutros para o vestuário vai muito além da estética. Ao optarem por essas cores, muitas pessoas conseguem gerenciar sua interação social e encontrar maior sensação de segurança no dia a dia.
Referências bibliográficas
- CIGIĆ, D.; BUGARSKI, V. Personality traits and colour preferences. Current Topics in Neurology, Psychiatry and Related Disciplines, v. 18, n. 4, p. 28-35, 2010.
- HE, W. et al. Could sex difference in color preference and its personality correlates fit into social theories? Let Chinese university students tell you. Personality and Individual Differences, v. 51, n. 2, p. 154-159, 2011.









