No mundo contemporâneo, as conexões sociais são frequentemente mediadas por plataformas digitais, permitindo que milhares de pessoas estejam interligadas de maneira virtual. Apesar dessa extensa interconexão, a essência das relações pessoais pode ser mascarada, já que, segundo o professor Dr. Robin Dunbar, da Universidade de Oxford, há um limite em torno de 150 pessoas para manter laços sociais significativos.
O que é o Número de Dunbar e como ele limita nossas conexões sociais
Dunbar sugere que conseguimos manter relações de forma significativa e recíproca com cerca de 150 pessoas, incluindo familiares e amigos próximos. Essas conexões possuem diferentes camadas de intimidade e frequência de contato, que vão desde as pessoas mais próximas até aquelas de contato mais esporádico.
Para entender a distribuição destas relações em nossa vida, confira as principais camadas identificadas pelo pesquisador:
- Cinco pessoas mais próximas emocionalmente
- Dez pessoas vistas com frequência mensal
- Cinquenta pessoas para quem se poderia enviar um convite de aniversário
- Cem a cento e cinquenta que participariam de eventos importantes, como um casamento

Pesquisadores contestam a ideia de um número fixo para relações sociais
Estudos conduzidos pela Universidade de Estocolmo em 2021 desafiaram o conceito de Dunbar. Eles argumentam que não existe um número absoluto de relações sociais aplicável a todas as pessoas, já que nossas interações são muito mais complexas que as dos primatas.
A diversidade de experiências humanas, combinada com fatores culturais e tecnológicos, faz com que a comparação direta entre humanos e outros primatas tenha limitações. Além disso, pesquisadores destacam que fatores como personalidade, habilidades sociais e contexto de vida influenciam diretamente a quantidade e a qualidade dos vínculos mantidos por cada indivíduo.
Quais são os benefícios sociais para a saúde física e mental
Independentemente das discussões acadêmicas sobre números, as relações qualificadas beneficiam a saúde pública. Estudos mostram que solidão e isolamento social aumentam o risco de morte precoce, sendo tão nocivos quanto fumar muitos cigarros diariamente.
As conexões sociais garantem uma série de vantagens à saúde. Entre os principais benefícios, destacam-se:
- Redução do risco de doenças cardíacas
- Menor prevalência de demência
- Menor risco de AVC
- Melhora do bem-estar emocional
Além disso, manter bons vínculos contribui para o fortalecimento do sistema imunológico, melhor manejo do estresse e desenvolvimento de habilidades de empatia e cooperação, principalmente durante situações de crise.
As redes sociais ajudam ou prejudicam a profundidade das relações
Com o aumento das redes sociais, aumenta o debate sobre seu impacto nas relações humanas. Embora possibilitem maior conectividade, estudos apontam que o excesso de interações digitais pode estar ligado ao aumento de solidão e depressão.
As relações face a face ainda são insubstituíveis na criação de vínculos profundos, mostrando que quantidade não supera a qualidade nas relações humanas. Algumas pesquisas também indicam que o tipo de interação promovida por plataformas como Facebook e WhatsApp pode afetar o nível de intimidade e apoio percebido entre os contatos.
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Quantos amigos são suficientes para manter o bem-estar
Uma rede ampla de amigos pode trazer diversas perspectivas, mas a qualidade dos vínculos pesa mais para o bem-estar geral. Ter ao menos um amigo de confiança já é suficiente para impactos positivos importantes na vida de uma pessoa.
No mundo digital, cultivar conexões humanas autênticas segue essencial para a saúde e felicidade, reforçando que a qualidade das relações inspira profundidade e significado às experiências sociais. Organizações como a Organização Mundial da Saúde (OMS) também recomendam atenção à rede de apoio social como fator essencial para a promoção do bem-estar mental.









