Imagina a Hannah Arendt sentada na Redenção, cuia na mão, olhando o movimento e largando aquela ideia forte, bah, tentando explicar que o perigo do mal às vezes não vem de monstro de filme, e sim de gente comum que só vai empurrando a vida no automático, tchê.
O que Hannah Arendt queria dizer com esse tal mal banal, tchê?
Quando Arendt fala que o mal é um fenômeno da banalidade, ela mostra que muita barbaridade nasce de gesto sem reflexão, de quem só obedece ordem e repete regra sem pensar nas consequências. Aqui em Porto Alegre isso soaria quase assim: bah, o mal cresce quando a pessoa diz só tô fazendo meu trabalho e nem se pergunta se tá ferindo alguém, visse, como se fosse tudo normal.

Como essa ideia aparece no dia a dia aqui em Porto Alegre?
Arendt estudou regimes totalitários e viu que o mal podia ser praticado por gente aparentemente comum, funcionário de repartição, vizinho educado, colega de serviço. Nada de vilão caricato, e sim pessoas que desligam a consciência. Em clima gaúcho, é aquele risco de achar que certas piadas, certas discriminações ou pequenos abusos são só costume, quase tradição, e deixar passar porque sempre foi assim, tchê.
Quando ela diz que o mal vira banal, lembra muito situações que a gente vê pela cidade, do ônibus ao estádio, do escritório ao churrasco de domingo. Dá pra enxergar isso em vários jeitos de agir.
- Quando alguém ouve comentário racista ou machista no churrasco e ri junto, em vez de dizer bah, isso aí não tem graça nenhuma.
- Quando se aceita jeitinho errado em serviço público ou privado porque facilita a vida, mesmo sabendo que outro vai ser prejudicado.
- Quando se compartilha mentira em rede social sem nem conferir, ajudando a espalhar injustiça com um clique só.
- Quando se trata pessoas em situação de rua como se fossem invisíveis, passando reto todo dia, como se não fosse com a gente.
Que que a filosofia dela tem a ver com educação e responsabilidade, bah?
Pra Arendt, pensar de verdade é ato político, não é frescura acadêmica. Ela insiste que cada um tem de se perguntar o que está fazendo no mundo, se consegue responder por seus atos. Em Porto Alegre isso conversa com a escola, com a família, com a roda de chimarrão, onde a gente aprende a argumentar e não só repetir. A tal banalidade do mal se combate com cabeça ligada e coração atento, não com obediência cega.
- Parar e perguntar: se todo mundo agisse assim, o que aconteceria, tchê.
- Escutar quem pensa diferente sem já xingar de cara, tentando entender o impacto real das decisões.
- Assumir responsabilidade, em vez de jogar tudo nas costas de autoridade, governo, empresa ou tradição.
- Ter coragem de dizer não quando a regra favorece poucos e machuca muita gente.
O especialista Thiago Hot, em seu perfil @professorthiagohot explicou as principais ideias:
@professorthiagohot Hannah Arendt em 1 minuto e meio.
♬ som original – Professor Thiago Hot
O que o jeitinho gaúcho ensina pra entender a banalidade do mal?
O gaúcho gosta de debate, bah, seja em gremista contra colorado ou em conversa sobre política na mesa do bar. Se essa energia de discutir fosse usada pra não deixar passar injustiça miúda, o mundo já mudava muito. A frase de Arendt lembra que o mal não chega de repente como tempestade, ele vem em garoa fina de decisões pequenas, acomodadas, que a gente vai aceitando sem pensar.
No fim, se Hannah Arendt fosse gaúcha, talvez repetisse sua ideia olhando firme e dizendo: quando o mal fica banal, cada silêncio vira cumplicidade, tchê. E adaptando o espírito da frase dela, daria um recado direto pro coração daqui: o mal pode até tentar ser coisa comum, mas a gente tem o dever de não tratar injustiça como rotina, porque ser gente de verdade é recusar virar apenas mais um na massa que machuca sem nem perceber.







