A nova série documental Operação Transplante chegou para mexer com o coração dos espectadores. Disponível no Max e no Discovery Home & Health, a produção acompanha histórias reais de pessoas que esperam por um transplante de órgão. São oito episódios de 45 minutos cada, filmados com acesso exclusivo aos maiores hospitais de São Paulo.
A série é uma parceria entre Mixer Films e Warner Bros. Discovery, com direção de Rodrigo Astiz e Marina Poema. Ao todo, 18 histórias emocionantes são contadas, mostrando transplantes de coração, fígado, rim, pulmão, pâncreas-rim e medula óssea. A produção não economiza nas lágrimas e mostra tanto os momentos de alegria quanto as dificuldades.
Por que gravar uma série sobre transplantes foi tão difícil?
Fazer uma série sobre transplantes é bem diferente de outras produções. Não dá para marcar horário com a vida. As cirurgias podem durar até 15 horas, dependendo do órgão. E os transplantes não esperam ninguém, acontecem quando aparecem doadores compatíveis.
A equipe de filmagem teve que estar sempre pronta. Rodrigo Astiz conta que até quem estava trabalhando com o som da série acabava chorando durante as gravações. Foi preciso ter psicólogos acompanhando toda a equipe, porque as histórias mexem mesmo com todo mundo.
O que a série revela sobre quem espera na fila?
No Brasil, mais de 44 mil pessoas aguardam por um transplante de órgão. A fila é única e vale tanto para quem usa o SUS quanto para quem tem plano de saúde. Os critérios são justos: tipo sanguíneo, peso, altura, compatibilidade genética e gravidade da doença.
Um dos casos mais tocantes é o de Leonardo e Rosa de Moraes. Ele contraiu covid em 2020 e ficou com sequelas nos rins. Depois de dois anos e meio fazendo hemodiálise, sua esposa Rosa decidiu doar um rim para ele. Os dois contam na série como foi essa experiência de amor e generosidade.
Qual é a importância dos transplantes no país?
O Brasil é o segundo maior transplantador de órgãos do mundo, perdendo só para os Estados Unidos. Em 2024, o país bateu recorde com mais de 14 mil transplantes realizados só no primeiro semestre. O Sistema Único de Saúde financia cerca de 88% de todos os procedimentos, garantindo acesso gratuito para toda a população.
Mesmo com esses números impressionantes, ainda há muito trabalho pela frente. De cada 14 pessoas que manifestam o desejo de doar órgãos em vida, apenas quatro conseguem efetivar a doação. O principal obstáculo ainda é a recusa das famílias, que chega a 45% dos casos.
Como funciona o sistema brasileiro de transplantes?
O Sistema Nacional de Transplantes é considerado um dos mais organizados do mundo. Tudo é controlado eletronicamente pelo Ministério da Saúde, sem possibilidade de furar fila ou ter privilégios. São 728 estabelecimentos habilitados espalhados por todo o país.
Francisco Monteiro, coordenador da Central de Transplantes do Estado de São Paulo, explica que muitas famílias recusam a doação por falta de informação. Algumas não sabem o que é morte encefálica, outras não confiam no processo. Por isso, séries como Operação Transplante são fundamentais para educar a população.
Por que a série decide mostrar as cirurgias sem filtros?
Uma das características mais marcantes da série é mostrar as cirurgias de forma explícita, sem cortes ou filtros. A ideia é educar o público sobre a diferença entre órgãos saudáveis e doentes. Pode parecer pesado, mas tem um propósito importante: conscientizar sobre a necessidade da doação.
A Central de Transplantes da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo apoiou integralmente a produção. Para Dr. Francisco Monteiro, cada vez que a mídia fala positivamente sobre transplantes, isso resulta em mais doações e menos recusas familiares. A série tem o poder de mudar vidas de verdade.










