Animais de estimação, especialmente cães e gatos, têm o hábito de lamber seus tutores por diferentes razões, levando muitos a questionar o significado desse comportamento e possíveis impactos na saúde humana. A interação por meio da lambida está presente em lares de todo o mundo, despertando dúvidas sobre os riscos e a segurança desse ato aparentemente afetuoso.
A demonstração de carinho por meio das lambidas pode ser observada em variadas situações, seja em momentos de atenção, busca de contato ou até mesmo como forma de reconhecimento. Entretanto, além do aspecto emocional envolvido, muitas pessoas procuram entender se permitir esse tipo de contato com animais domésticos pode ser prejudicial à saúde, especialmente para públicos mais vulneráveis.
Por que cães e gatos costumam lamber as pessoas?
Lambidas são uma das formas de comunicação dos animais domésticos. Para os cães, esse comportamento pode indicar empatia, tentativa de diminuir o estresse do tutor ou simplesmente o desejo de brincar e interagir. Já nos gatos, a ação de lamber também está relacionada à limpeza, identificação e “toques sociais” parecidos com o comportamento observado entre felinos do mesmo grupo. Além disso, fatores como cheiro de restos de alimentos, suor ou cosméticos na pele humana influenciam essa atitude, tornando a pessoa um alvo interessante para a curiosidade animal.
De acordo com estudos, cerca de metade dos tutores de cães já relataram episódios em que seus animais lambem visitantes, além de familiares. Esse comportamento pode ser reforçado por meio de respostas positivas, como carinho e atenção, consolidando o hábito. Idade, genética e ambiente também impactam a frequência e a intensidade das lambidas, sendo mais comuns em animais jovens ou em ambientes onde há maior interação humano-animal.
Quais são os riscos à saúde que a lambida de animais pode trazer?
A saliva de cães e gatos abriga uma grande diversidade de bactérias. Embora o sistema imunológico da maioria dos adultos saudáveis seja capaz de lidar com esses microrganismos, existem situações em que o contato com a saliva pode representar risco à saúde. Organismos como Capnocytophaga e Pasteurella estão presentes normalmente na boca desses animais e, em casos raros, podem causar infecções graves, principalmente em pessoas com imunidade baixa.
Ainda que o potencial infeccioso desses agentes seja uma preocupação, os registros de infecções graves provocadas por lambidas são raríssimos. No entanto, em certos grupos, o risco merece atenção especial: recém-nascidos, gestantes, idosos, pessoas com doenças crônicas, portadores de aids, diabéticos e quem passou por transplante de órgãos. Pacientes com ausência do baço apresentam risco ainda mais elevado para infecções específicas, exigindo orientação médica cuidadosa sobre o contato com animais.

Como minimizar o risco de infecções ao ser lambido por pets?
Manter bons hábitos de higiene pessoal é o principal passo para evitar problemas decorrentes da lambida de animais. Recomenda-se lavar a pele com água e sabão logo após o contato com a saliva do animal, especialmente se houve contato com feridas abertas ou áreas sensíveis. É importante também evitar compartilhar objetos de uso pessoal, como copos e talheres, com animais de estimação.
- Não permitir que animais lambam feridas, cortes ou dispositivos médicos;
- Mantenha exames veterinários em dia e escolha produtos de higiene apropriados para pets;
- Indivíduos com baixa imunidade devem, sempre que possível, limitar o contato da lambida a áreas protegidas da pele;
- Em caso de sintomas após contato íntimo com animais, notificar o profissional de saúde sobre a convivência com pets para diagnóstico e tratamento mais ágil.
A lambida de pets é sempre perigosa?
Na maioria dos casos, o ato de ser lambido por cães e gatos não representa problema para adultos saudáveis, desde que os animais estejam com acompanhamento veterinário e livres de doenças. O convívio com pets, inclusive, está associado a benefícios à saúde mental e à diminuição da solidão, sendo valorizado em diferentes faixas etárias. O fundamental é adotar precauções simples, especialmente em situações de maior vulnerabilidade, equilibrando os laços afetivos com cuidados preventivos e atenção à higiene.







