O estudo recente sobre a síndrome do coração partido, oficialmente conhecida como síndrome de Takotsubo, traz novos insights sobre o tratamento desta condição que afeta aproximadamente 5.000 britânicos a cada ano. Essa síndrome é caracterizada por um enfraquecimento e alteração na forma do músculo cardíaco, frequentemente desencadeada por um intenso estresse emocional ou físico, como o luto. Os sintomas são semelhantes aos de um ataque cardíaco, dobrando o risco de morte precoce dos afetados.
A pesquisa, financiada pela Fundação Britânica do Coração e apresentada no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia em Madrid, aponta que tanto a terapia cognitivo-comportamental quanto um programa de exercícios voltados para a recuperação cardíaca podem proporcionar melhorias significativas para os pacientes. Essa foi a primeira investigação desse tipo, trazendo à tona a importância do eixo cérebro-coração, conforme destacado pelo Dr. David Gamble, da Universidade de Aberdeen.
O que é a síndrome de Takotsubo?
A síndrome de Takotsubo, descoberta nos finais da década de 1990, já foi atribuída a pelo menos 7% dos casos de ataque cardíaco. Esta condição pode ser devastadora, especialmente se desencadeada por eventos traumáticos na vida do indivíduo. A síndrome não apenas imita os sintomas de um infarto, como também pode deixar efeitos duradouros na saúde cardiorrespiratória dos pacientes, corroborando uma expectativa de vida semelhante à de sobreviventes de ataques cardíacos.
Como o exercício físico ajuda na recuperação?
O estudo randomizado incluiu 76 pacientes diagnosticados com a condição, os quais foram divididos entre grupos que receberam programa de exercícios, terapia comportamental, ou cuidado padrão. No grupo destinado ao exercício, prescreveu-se atividades como ciclismo, corrida e natação ao longo de 12 semanas. Os resultados revelaram que os pacientes desse grupo aumentaram a distância percorrida em seis minutos, de uma média de 457 metros para 528 metros, além de uma melhoria de 18% na capacidade de consumir oxigênio.

Qual o papel da terapia cognitivo-comportamental na recuperação?
Curiosamente, a terapia cognitivo-comportamental também apresentou resultados impressionantes no estudo. Os pacientes submetidos a essa forma de tratamento aumentaram a distância percorrida em seis minutos de 402 para 458 metros, enquanto a capacidade de consumir oxigênio aumentou em 15%. Estes dados sublinham que não apenas os programas de exercícios têm impacto positivo na recuperação de pacientes com Takotsubo, mas o dimensionamento da terapia mental também desempenha um papel significativo.
Por que a intervenção é importante?
As conclusões do estudo destacam a necessidade de considerar abordagens integrativas para condições como a síndrome de Takotsubo. Conforme Dr. Sonya Babu-Narayan, diretora clínica da Fundação Britânica do Coração, esses achados são intrigantes, especialmente pelo efeito positivo da terapia comportamental na função cardíaca e na capacidade física dos pacientes. A pesquisa reforça a significância de tratar as conexões entre o estado mental e a saúde física, abrindo caminhos promissores para novas práticas clínicas.









