Youtuber e vítima gravaram vídeos juntos, antes do sequestro

Dono do canal Rodrigão, apontado como mentor do sequestro de duas pessoas, mantinha amizade há dois anos com a família.

Mariana Machado
postado em 28/07/2020 17:04
 (crédito: Reprodução/YouTube)
(crédito: Reprodução/YouTube)

O homem que foi vítima do sequestro supostamente orquestrado pelo Youtuber Rodrigão, chegou a gravar vídeos junto ao influenciador em, ao menos, duas ocasiões. Os dois mantinham relação de amizade há cerca de dois anos, motivada pelo amor em comum por carros, sobretudo modelos antigos.

A vítima, dono de um Opala 4400, também tem um canal sobre o tema, e coleciona mais de 7 mil inscritos. Nas publicações de ambos, é comum que troquem interações. O canal de Rodrigão soma 69,3 mil seguidores.

Em 3 de junho, mãe e filho foram feitos reféns por 13 horas, em um cativeiro de São Sebastião. A ideia do sequestro teria partido de Rodrigão, interessado no patrimônio da família. O plano teve início após a família anunciar a venda de um lote no Lago Sul.

Até o momento, três pessoas foram presas, incluindo Rodrigão. Todos vão responder por extorsão mediante sequestro, com pena variando de 12 a 20 anos de reclusão. Um envolvido continua foragido.

O Correio tenta localizar a defesa de Rodrigão. Caso queiram se pronunciar, o espaço está aberto.

Grupo fingiu interesse em imóvel

Segundo as investigações, o youtuber acionou um comparsa para fingir ser corretor de imóveis, interessado na compra do terreno. Lá, as vítimas foram rendidas a mão armada e levadas para um barraco em São Sebastião. Outros dois homens foram pagos para ajudar no sequestro.

No cativeiro, mãe e filho foram entrevistados durante todo o dia a respeito da capacidade financeira da família. A intenção era que um fosse libertado para providenciar o pagamento do resgate da outra.

Contudo, ao perceber que o patrimônio estava imobilizado em imóveis, sem possibilidade de pagamento a curto prazo, as vítimas foram liberadas. Os sequestradores informaram que ligariam posteriormente para cobrar uma certa quantia em dinheiro, o que não ocorreu, porque a família acionou a Divisão de Repressão a Sequestros (DRS) da Polícia Civil.

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