Cinco bebês testaram positivo para a covid-19 entre março e junho no DF

Duas crianças menores de dois anos não resistiram à batalha contra a doença, mas não houve óbitos de gestante por covid-19 no DF até o momento;

Correio Braziliense
postado em 29/07/2020 18:45 / atualizado em 29/07/2020 18:46
 (crédito: Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

Entre março e junho deste ano, a equipe do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), o primeiro a ser estruturado como unidade de referência no combate ao novo coronavírus, realizou 62 partos em gestantes diagnosticadas ou com suspeita da doença. Destas, 30 mulheres testaram positivo para a covid-19 e cinco bebês recém-nascidos também foram diagnosticados com o vírus. Os dados começaram a ser contabilizados a partir de março, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia do novo coronavírus.

De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde do DF (SES/DF), as informações de julho ainda não foram concluídas pela área técnica. Junho foi o mês com o maior número de partos, 40. Em maio foram 15, abril, 3, e em março, 4. “É importante ressaltar que, geralmente, os recém-nascidos e a população pediátrica tendem a ter sintomas mais amenos da covid-19”, destacou a pasta.

Até o momento, o DF não contabiliza a morte de gestante em decorrência das complicações do novo vírus. No entanto, duas crianças menores de dois anos não resistiram a batalha contra a doença.

Novos fluxos na unidade de saúde


Desde quando foram instituídos os novos fluxos na unidade de saúde para comportar o atendimento dos casos de covid-19, o Hran realiza os partos de mulheres com fortes suspeitas do vírus, com sintomas gripais ou com histórico de ter tido contato com quem testou positivo. Em maio, Mariene Silva Moreno, 28 anos, chegou ao hospital com 37 semanas de gestação e com sintomas leves para a covid-19. Depois de duas checagens, o exame RT-PCR comprovou a contaminação e ela se tornou a primeira mulher com diagnóstico positivo para o novo coronavírus a dar à luz no DF.

Davi nasceu com 2,93kg e, enquanto aguardava a alta médica, ganhou um equipamento de proteção facial confeccionado especialmente para os bebês pelas enfermeiras do hospital, que substituiu a máscara comum. Na época, o recém-nascido não chegou a fazer teste para o vírus. Hoje, todos os bebês são testados, independente do quadro sintomático ou assintomático da mãe.

Mulher com bebê no colo.
Mulher com bebê no colo. (foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Transmissão vertical intrauterina

Apesar de não ser uma certeza entre a comunidade científica, um estudo, apresentado no início de julho sugere que gestantes infectadas pelo Sars-CoV-2 podem transmitir o vírus para o feto. O autor do trabalho atual informou que encontrou o coronavírus em amostras da placenta, do cordão umbilical, no líquido amniótico e na vagina de mulheres que deram à luz entre março e abril, no norte da Itália, região do país mais afetada pela pandemia. Ele, porém, disse que são precisos mais estudos para confirmação.

No Hran, o parto, como um procedimento médico e cirúrgico, sofreu mudanças para minimizar qualquer tipo de exposição ao vírus tanto por parte do bebê quanto pelos profissionais da saúde. A equipe que atua foi reduzida para não haver aglomeração. Todos os equipamentos de proteção foram reforçados, com a utilização de luvas, capotes, máscaras equivalentes a N95 e ainda as de proteção facial acrílica, do modelo face shield. Os protocolos de limpeza das salas também foram redobrados. Neste período, também ficou suspenso o acompanhamento do parto por algum familiar e o contato imediato entre mãe e filho logo após o nascimento.

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