Coronavírus

Mais 5 voluntários são vacinados

Nos dois primeiros dias de testes contra a covid-19, no Hospital Universitário de Brasília (HUB), 10 profissionais da saúde recebem a imunização e mostram-se otimistas com o resultado. Nas próximas semanas, médicos querem aplicar doses entre 20 e 40 pessoas por dia

Alan Rios
postado em 06/08/2020 21:42 / atualizado em 06/08/2020 22:26
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Atuar na linha de frente do combate ao novo coronavírus, perder conhecidos para a doença e poder participar do projeto que é esperança contra a covid-19. Essas são as principais razões que motivaram 10 voluntários do Hospital Universitário de Brasília (HUB) a participar dos testes da vacina, mesmo sabendo dos riscos. Ontem, mais cinco pessoas receberam o produto vacinal Coronavac, da farmácia Sinovac Biotech. De técnicos de enfermagem a fisioterapeutas, os envolvidos combatem a pandemia em hospitais do Distrito Federal desde os primeiros casos. “O teste dá uma esperança para que a gente possa vencer essa batalha e voltar ao nosso normal, convivendo com as pessoas que amamos”, disse Magali Oliveira, 40 anos, fisioterapeuta do HUB e sexta vacinada no projeto.

Hoje, a equipe da Universidade de Brasília (UnB) que conduz os ensaios, com coordenação do Instituto Butantan, de São Paulo, vai se preparar para as próximas etapas. Nesta sexta-feira, o HUB não receberá voluntários, mas organizará métodos para a inscrição de novos profissionais da saúde. No total, 850 deverão participar, sendo entre 20 a 40 por dia. A experiência é descrita como histórica por quem tomou a primeira dose. “Provavelmente, vai dar tudo certo e vou lembrar desses dias lá na frente, com boas recordações, pois pude ajudar como fisioterapeuta e voluntária, e vou contar para todos que fiz parte disso”, orgulha-se Magali.

A fisioterapeuta lembra dos colegas que viu adoecer e dos conhecidos que morreram em decorrência da doença. Ela encara os ensaios como “marco para a comunidade científica”. Magali trabalha com pacientes com suspeita ou confirmação de infecção pelo novo coronavírus desde março. “A pesquisa está em teste, mas, para quem está na linha de frente do combate ao vírus, não gera receio. Então, só fico feliz por contribuir. Dá até ânimo de ir trabalhar sabendo que respostas estão por vir”, afirmou.

Quem também participa dos testes é Joelma de Souza, 36. Técnica de enfermagem do HUB, ela descreveu-se “em um turbilhão de emoções”. “Mas o que sinto agora, principalmente, é esperança. Trabalhei com imunizações, conheço esse método de receber uma vacina inativada e estou tranquila e otimista. Como chegamos à fase 3, acredito que isso vai dar certo e que outras pessoas poderão se imunizar”, considerou.

Entre hoje e segunda-feira, os pesquisadores devem disponibilizar um link para inscrições de voluntários. Podem candidatar-se profissionais de saúde que não tenham sido contaminados pelo Sars-CoV-2.

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DF chega a 118 mil casos da covid-19

Ontem, a Secretaria de Saúde contabilizou mais 43 mortes de moradores do Distrito Federal por causa da covid-19. Os óbitos ocorreram entre 15 de julho e 5 de agosto. No total, 1.506 brasilienses morreram por causa da doença. A quantidade de notificações pelo novo coronavírus na capital chegou a 118 mil — 2.034 a mais do que no dia anterior. Do total de infectados, 84,2% recuperaram-se da doença. Ceilândia, Plano Piloto, Taguatinga, Samambaia e Gama seguem à frente entre as regiões administrativas com maior número de infectados. A maior parte das pessoas diagnosticadas com a covid-19 no DF é composta por mulheres: 53%. No entanto, os homens permanecem como maioria entre as vítimas, correspondendo a 59,1% do total. Em relação à faixa etária, os mais afetados têm entre 20 e 49 anos. No caso das mortes, a quantidade sobe consideravelmente entre pessoas a partir dos 40. Porém, a letalidade da doença mostra-se maior a partir dos 80 anos.

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