Clima do cerrado e tempo seco e frio inspiram cuidados: Fique atento

Além da covid-19, as "doenças oportunistas", como as complicações respiratórias, costumam se agravar nesta época do ano

Correio Braziliense
postado em 10/08/2020 10:02 / atualizado em 10/08/2020 10:19
Quadro deve piorar em setembro, quando o frio for embora e a seca se agravar -  (crédito: Edilson Rodrigues/CB/D.A Press)
Quadro deve piorar em setembro, quando o frio for embora e a seca se agravar - (crédito: Edilson Rodrigues/CB/D.A Press)

Os brasilienses precisam começar a se preparar para as chamadas “doenças oportunistas”, como as complicações respiratórias. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê muito frio para os próximos dias no DF. A temperatura deve oscilar na faixa dos 10ºC– nas áreas rurais deve ser ainda menor. Além dos ventos gelados, a umidade relativa do ar segue caindo, chegando à casa dos 25%, quadro que deve piorar em setembro, quando o frio for embora e apenas a seca tomar conta.

Essa combinação de tempo seco e frio exige atenção para as doenças mais comuns, que são as infecções virais como a gripe (exemplo da H1N1), resfriados e, agora, a covid-19. Mas, nesta época do ano, ocorrem ainda infecções bacterianas que causam sinusite, pneumonias, otite e amigdalite. Também são comuns crises de asma e rinite alérgica.

O grupo de pessoas mais suscetíveis às doenças respiratórias são as crianças de até cinco anos e quem já passou dos 60, grupos que podem ter as complicações mais graves neste período do ano. Pacientes que apresentam deficiência no sistema imunológico e doenças crônicas, como asma, também são vulneráveis.

Aleksander Maximus, 4, é um exemplo de risco. De acordo com a mãe, Luziene Moreira, 30 anos, o menino tem dificuldade de respirar normalmente. Mas, nesta época do ano, a crise aumenta. “Vim tratar a garganta dele, que está inchada”, afirmou Luziene, enquanto esperava atendimento na Policlínica do Gama.

Baixa procura

À exceção da covid-19, a maioria das doenças respiratórias contam com cobertura de vacina, mas Maria de Fátima Rodrigues, especialista em Alergia e Imunologia da Secretaria de Saúde, expõe um dado preocupante: a procura por essas imunizações diminuiu consideravelmente depois que a pandemia do coronavírus se instalou no Distrito Federal.

Para a especialista, a baixa procura de vacinas na rede pública se deve ao medo de ir aos hospitais e centros de saúde do DF, locais mais expostos ao novo coronavírus. “Infelizmente as pessoas estão com medo de sair de casa por causa do risco de contaminação”, lamentou.

Para as pessoas que não se imunizarem com as vacinas para casos mais simples, como uma gripe, o número de casos de doenças respiratórias pode aumentar. Elas podem resultar em situações extremas caso não sejam cuidadas, lembra a especialista. “A gente tem medo de aumentar o número de pessoas com essas doenças respiratórias, que podem levar o paciente até a óbito”.

“Gostaria de ressaltar a importância de tomar a vacina, principalmente com relação ao (vírus) influenza. Mas também de outras vacinas, como a de pneumonia e a de meningite. Estamos no inverno e vamos ter um aumento da frequência de infecções virais, como gripes, resfriados e, agora, a covid-19”, aponta.

A especialista aconselha que pacientes alérgicos tenham ainda mais cuidado no controle ambiental. “No inverno há pico da proliferação de ácaros e fungos, que são os principais fatores desencadeantes das alergias. Então, não se deve varrer a casa, só passar pano úmidos nos móveis. Aspirar é melhor. E evitar produtos de limpeza com cheiro forte”, sugere.

Com informações da Agência Brasília

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