O comandante do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), Joaquim Elias Costa, afastado das atividades da corporação, acusado de envolvimento no caso da naja, conversou com o Correio e negou envolvimento no crime. Ele foi indiciado pela Polícia Civil por prevaricação, fraude processual, associação criminosa e coação no curso do processo.
Em 9 de julho, um dia depois de Pedro Henrique ser picado pela naja, o amigo dele, Gabriel Ribeiro de Moura, 24, tentou ocultar a serpente. No depoimento, o jovem afirmou que entregou a cobra aos militares, tendo em vista "um acordo de impunidade". Segundo ele, o major Elias Costa havia garantido que não o levaria à delegacia. Em defesa, o militar disse que foi pego de surpresa pela Polícia Civil. "Se eu tivesse mesmo feito essa oferta ao jovem, ele teria entregado a cobra na minha mão, ao invés de fugir", defendeu.
Segundo ele, a situação é constrangedora e que os fatos verdadeiros serão esclarecidos. "Tô confiante no meu trabalho. Trabalhamos certo. Lá no Ministério Público seremos, felizmente, ouvidos. Na PCDF, não fomos tratados como amizade, mas fomos colocados em uma situação constrangedora. Tenho 25 anos na PM e vou continuar fazendo meu bom serviço", finalizou.
Os esforços para capturar a naja contaram com o apoio da Polícia Civil, Ibama e BPMA. Gabriel Ribeiro estava em negociação com os policiais civis para entregar a serpente. No entanto, em determinado momento, ele afirmou que só entregaria a cobra aos militares, o que aumentou a desconfiança da polícia sobre a suposta tentativa do comandante em tentar ‘proteger’ o alvo. “Eu não disse que iria prendê-lo, nem o ameacei porque senão não iria conseguir pegar a serpente, que era o que importava naquele momento. Em determinado momento, ele me disse que estava desesperado e que iria apenas soltar a naja, eu implorei para não fazer isso”, disse.
Além do major, outras 10 pessoas foram indiciadas, incluindo o padrasto de Pedro, o tenente-coronel da PMDF, Clóvis Eduardo Condi e a mãe, a advogada Rose Marie dos Santos.
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