Entrevista

Ao sair, cidadão precisa se proteger da covid, diz secretário de Saúde

De acordo com o secretário, as ações têm se intensificado durante esse momento, que exige maior investimento no DF. Entre as medidas de enfrentamento, está a testagem em massa, que voltou a ser realizada na capital federal

Alexandre de Paula
Ana Maria da Silva*
postado em 18/08/2020 06:00 / atualizado em 18/08/2020 09:13
 (crédito: Ana Rayssa/CB/D.A Press)
(crédito: Ana Rayssa/CB/D.A Press)

Em entrevista ao CB.Poder — uma parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília —, nesta segunda-feira (17/8), o Secretário de Saúde, Francisco Araújo Filho, afirmou que, apesar das críticas quanto à falta de aparelhos e materiais nos hospitais, o Sistema Único de Saúde (SUS) garantiu grande número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “A estrutura independe de qualquer questionamento ou dificuldade. O SUS possui a estrutura necessária e avançou bastante, seja no tocante de leitos para atender as pessoas, seja na participação da rede de atenção básica”, ressaltou.

De acordo com o secretário, as ações têm se intensificado durante esse momento, que exige maior investimento no DF. Entre as medidas de enfrentamento, está a testagem em massa, que voltou a ser realizada na capital federal. “Nós estamos liberando, essa semana, cerca de 100 mil testes que nós adquirimos para o sistema de drive-thru. Além disso, recebemos 300 mil testes da receita federal a título de doação, que já estão disponíveis na rede”, pontua.


Que avaliação o senhor faz hoje da situação atual e o que tem a dizer para nos tranquilizar?
O Estado, a secretaria de Saúde e o governo não têm medido esforços para proteger a vida das pessoas. Mas é importante que as pessoas façam a sua parte, com o uso do álcool em gel, da máscara, com o isolamento ou afastamento. Isso não quer dizer que as pessoas estão proibidas de ir aos locais, mas, sim, que, ao ir até algum local, o cidadão precisa ter os cuidados que são amplamente divulgados e orientados pela secretaria de Saúde, pela mídia. Não adianta chegarmos a um grande número de leitos de unidade de tratamento intensivo (UTI), como, de fato, chegamos. A estrutura independe de qualquer questionamento ou dificuldade. O SUS possui a estrutura necessária e avançou bastante, seja no tocante de leitos para atender as pessoas, seja na participação da rede de atenção básica

Esse momento exige ações mais enfatizadas. As ações de enfrentamento estão mais fortes?
Em meio à pandemia, não dormimos um só momento. Nós estamos, o tempo todo, vigilantes. O sistema de saúde está constantemente vivo, com hospitais abertos, com UTIs funcionando e com trabalhadores saindo de casa e fazendo a sua obrigação do trabalho. O Sistema Único de Saúde está o tempo todo pronto para atender à população no que precisar. Agora, com a participação da sociedade no processo, nós reforçamos essa cadeia.

Hoje, nós estamos com um número de casos muito alto. Dá para ter uma estimativa de quando haverá queda?
Não gosto de pontuar datas. Isso não traz segurança para a população. Pelo contrário, deixa as pessoas desassossegadas. O que afirmo para a população é que continuamos vigilantes, firmes e fortes nas nossas ações, fazendo buscas para mais insumos, para manter e desbloquear leitos. O trabalho não para um só minuto, para que o SUS fique bem estruturado.

Houve algumas dificuldades em relação aos testes, alguns questionamentos. Qual a nossa situação hoje, nesse sentido?
Nós respeitamos todos os questionamentos que são feitos pelos órgãos de controle, sem exceção. Muitas vezes, o questionamento vem e nos ajuda a melhorar o processo. Nós estamos liberando, essa semana, cerca de 100 mil testes que nós adquirimos para o sistema de drive-thru. Além disso, recebemos 300 mil testes da Receita Federal a título de doação, que já estão disponíveis na rede. Hoje, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) consegue processar um número maior de testes diariamente. Mais de mil testes diários são feitos com tempo recorde, devido a uma tecnologia desenvolvida pelo laboratório. No que diz respeito ao teste, nós testamos mais de 500 mil pessoas no DF.

Hoje, o estoque de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) é suficiente?
O nosso estoque de EPI é volante. Você não sabe a quantidade de pessoas que, em 24 horas, vão procurar as nossas unidades. Nós disponibilizamos no site da Secretaria o estoque dos EPIs. Fizemos isso, informando os órgãos de controle. Compramos EPIS e recebemos doação do Ministério da Saúde quase toda semana

Em diversos locais no DF há relatos e flagrantes de aglomeração. Muitos agem como se a pandemia estivesse controlada e relaxaram. Esse é o momento?
Fiscalizar é importante, e o governo tem feito. Mas a questão do relaxamento, realmente, preocupa. A sociedade não pode relaxar. Esse é um processo de construção, que envolve o governo e a sociedade. As pessoas não podem achar que agora podem viver como viviam antes, ir aos locais. Se eu não tiver o cuidado de proteger o maior bem que eu tenho, que é a minha vida, e proteger a sua também, que é o maior bem que você tem, mesmo que o governo faça a sua parte, o processo vai bagunçar todo. O momento é de ter o cuidado com sua vida.

Os técnicos e os especialistas da saúde sempre defenderam que a atenção primária é fundamental para o sistema funcionar bem e evitar sobrecarga. Agora, com a covid-19, isso voltou a ser ressaltado. Houve reforço na atenção primária?
Reforço total. Nós chamamos mais de 500 profissionais da saúde para repor a atenção básica. Em meio à pandemia, nós saímos de uma cobertura de 48% para mais de 90%. O nosso protocolo de atendimento antecipado, precoce, está muito ligado à condicionalidade. A maneira como os profissionais na atenção básica têm se dedicado é que faz com que o DF tenha um dos menores índices de mortalidade da covid-19.

Veja entrevista completa 

 

 

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