No quinto mês de enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, o Distrito Federal ultrapassou a marca dos 2 mil mortos. Apenas ontem, a Secretaria de Saúde contabilizou 66 vítimas da doença, maior número em 24 horas. No total, são 1.869 moradores da capital e 173 de outras unidades da Federação que morreram em hospitais locais. Com as novas notificações, a quantidade de óbitos passou para 2.042. Além disso, o número de diagnósticos continua a subir e chegou a 138.735. Com a alta demanda de pacientes, há uma lista de espera com 16 pessoas por um leito de unidade de terapia intensiva (UTI).
Na segunda-feira, 2.268 pessoas testaram positivo para o novo coronavírus. Apesar do número, que registra aumento diário, a Secretaria de Saúde considera que 118.443 pacientes estão recuperados da covid-19, ou seja, 86,8% do total de infectados. Com 17.338 diagnosticados, Ceilândia continua como a região administrativa de maior incidência da doença. Em seguida, aparecem Plano Piloto, com 11.296 notificações, e Taguatinga, com 10.543.
Apesar da quantidade expressiva registrada ontem, a Secretaria de Saúde explica que os óbitos aconteceram desde 25 de junho, mas foram contabilizados agora. Das vítimas, todas tinham mais de 30 anos, sendo que 11 não tinham comorbidades — outras doenças que agravam os sintomas da covid-19. Dessas, 62 moravam na capital e quatro em outras unidades da Federação. As regiões administrativas onde mais ocorreram óbitos foram Ceilândia (13) e Samambaia (7).
Em relação ao número de mortes, Ceilândia também lidera o ranking. Na cidade, 390 pessoas morreram devido à enfermidade. Em segundo lugar, está Taguatinga, com 191 vítimas, e Samambaia, com 163 óbitos. O Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) é a única cidade do DF onde não há registro de mortes devido ao novo coronavírus. Fercal (1) e Varjão (3) são as regiões administrativas com menos óbitos.
Atendimento
O crescimento diário de casos impacta diretamente a resposta do sistema hospitalar do Distrito Federal. Levantamento mais recente da Secretaria de Saúde mostra que 69,7% dos leitos de UTI exclusivos para o combate à covid-19 estão preenchidos. No total, são 507 pacientes internados e 771 vagas. Na rede privada, a sobrecarga é maior. A taxa de ocupação chega a 92,12%: 248 dos 274 leitos disponíveis têm pacientes.
Devido à demanda nas unidades de saúde, formou-se uma fila de espera de UTI na capital. Ao todo, segundo monitoramento da pasta, há 16 pessoas, com suspeita ou confirmação do novo coronavírus no DF, aguardando a liberação de uma vaga. Oito não estão internadas, e oito ocupam um leito, entretanto, precisam ser remanejadas para conseguir o tratamento adequado. Um dos pacientes aguarda a transferência há cinco dias. Segundo o sistema da pasta, ele está internado em uma UTI, mas teve piora do quadro e precisa ser transferido para outro tipo de leito. A recomendação da transferência foi feita pelos médicos em 12 de agosto, às 17h.
Para dar conta da demanda, a Secretaria de Saúde, desde o início da pandemia, investe na abertura de leitos de UTI. Neste mês, o Hospital de Campanha do Centro Médico da Polícia Militar começou a operar com 80 vagas. Na sexta-feira da semana passada, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sobradinho inaugurou 20 leitos, com respiradores e suporte de hemodiálise para pacientes com a covid-19.
Testagem
As unidades básicas de saúde (UBSs) do Distrito Federal voltaram a fazer a testagem rápida da população para a detecção do novo coronavírus. O serviço passou a funcionar ontem, após a Secretaria de Saúde anunciar a compra de 50 mil exames. Além desse tipo, há a aplicação do RT-PCR (swab nasal).
Apesar da disponibilidade de testes, a Secretaria de Saúde ressalta que apenas pessoas que apresentarem sintomas da covid-19 devem passar pelo exame. Todos que procurarem as UBSs serão atendidos, avaliados e, posteriormente, caso necessário, passarão pela análise.
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Audiência discute volta às aulas
O desembargador do TRT-10, Pedro Luis Vicentin Foltran, designou audiência de conciliação entre Ministério Público do Trabalho (MPT), Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino no Distrito Federal (Sinepe) e Governo do Distrito Federal, cumprindo determinação do corregedor-geral da Justiça do Trabalho, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, do Tribunal Superior do Trabalho (TST). O encontro será no próximo dia 20, às 14h30, por meio de teleconferência. A determinação do ministro Aloysio Corrêa decorreu de interposição de recurso do Sinepe na Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho. De acordo com o documento, a entidade alega que a suspensão do funcionamento das escolas ocasiona dano que afetará de forma grave as escolas particulares.