Greve Correio

Trabalhadores dos Correios estão em greve no DF

Apenas 30% do atendimento foi mantido, conforme determina a lei

Jaqueline Fonseca
postado em 18/08/2020 16:16 / atualizado em 18/08/2020 16:16
 (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil - 11/9/19

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(crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil - 11/9/19 )

Os funcionários dos Correios no Distrito Federal estão parcialmente paralisados em adesão à greve nacional que pede a retomada de benefícios suspensos e a vai contra a privatização da empresa. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do Distrito Federal e Região do Entorno (Sintect/DF), desde o início do mês a direção dos Correios deixou de cumprir cláusulas previstas no Acordo Coletivo de Trabalho que valem até 2021.

Entre os trabalhadores da parte operacional 70% estão em greve. Mas o atendimento não está totalmente suspenso. Tanto nos setores de entregas, serviço ao público e administração, cerca de 30% dos funcionários estão trabalhando em cumprimento a lei.

 

As reivindicações dos trabalhadores giram em torno da recomposição de direitos que, segundo eles, deixaram de ser pagos. Entre eles estão a oferta do plano de saúde, auxílio de dependentes com deficiência, pagamento de 70% a mais da hora normal quando há hora extra trabalhada, reembolso creche, Licença maternidade de 180 dias, adicional noturno, repouso no domingo, jornada de 40 horas, pagamento de 15% aos sábados e vale peru (um tíquete-alimentação de cerca de R$ 1 mil concedido aos funcionários em dezembro). Os trabalhadores também são contra a privatização da empresa.

Em nota os Correios informaram que possuem um Plano de Continuidade de Negócios para garantir que o serviço não seja suspenso e afirmou que as reivindicações são impossíveis de serem atendidas. “Os Correios não pretendem suprimir direitos dos empregados. A empresa propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que está previsto na CLT e em outras legislações. A diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período - dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida.”

 

NOTA CORREIOS NA ÍNTEGRA

Os Correios não pretendem suprimir direitos dos empregados. A empresa propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que está previsto na CLT e em outras legislações, resguardando os vencimentos dos empregados conforme contracheques em anexo que comprovam tais afirmações.

Sobre as deliberações das representações sindicais, os Correios ressaltam que possuem um Plano de Continuidade de Negócios, para seguir atendendo à população em qualquer situação adversa.

No momento em que pessoas e empresas mais contam com seus serviços, a estatal tem conseguido responder à demanda, conciliando a segurança dos seus empregados com a manutenção das suas atividades comerciais, movimentando a economia nacional.

Desde o início das negociações com as entidades sindicais, os Correios tiveram um objetivo primordial: cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia.

A diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período - dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida.

Respaldados por orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes do Ministério da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos.

 

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