TRÂNSITO

Atropelador não podia dirigir

O assessor parlamentar que colidiu com uma moto, arrastou uma mulher e fugiu sem prestar socorro tinha histórico de multas, dentre elas duas por embriaguez ao volante. Ontem, o IML realizou o exame de corpo de delito na vítima, que está em estado grave

» ADRIANA BERNARDES » SARAH PERES
postado em 19/08/2020 22:08 / atualizado em 19/08/2020 22:08
 (crédito: Reprodução/Redes Sociais)
(crédito: Reprodução/Redes Sociais)

O motorista que colidiu com uma moto, arrastou uma das vítimas e fugiu sem prestar socorro, no último domingo, no Lago Sul, já tinha duas autuações por embriaguez ao volante e, pelo menos, 10 por excesso de velocidade, confirmou fontes ao Correio. Além disso, o assessor parlamentar Caio Ericson Ferraz Pontes de Mello, 32 anos, estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) bloqueada e, portanto, proibido de dirigir.

O prontuário de habilitação de Caio Ericson revela um histórico de infrações de trânsito. O primeiro flagrante por dirigir alcoolizado foi às 2h15 de 1º de novembro de 2008, cinco meses após a Lei Seca começar a vigorar no Brasil. Ele transitava pela contramão da via, perto do Marina Hall, quando foi abordado pela fiscalização. Em 21 de janeiro de 2010, ele caiu novamente na blitz da lei seca, dessa vez, no Setor de Clubes Sul, próximo ao Pier 21, às 1h10.

Ainda, a ficha indica que, em 14 de maio, quatro meses após o último flagrante de alcoolemia, os radares flagraram três infrações por excesso de velocidade, todas por volta das 4h. Também há registro de multas por dirigir falando ao celular, estacionamento irregular e avanço de sinal vermelho. Não foi possível confirmar que estes casos foram cometidos por Caio Ericson. No entanto, se outra pessoa dirigia o veículo, ele não procurou os órgãos de trânsito para transferir as multas que ainda constam no nome dele.

Vítima
Paula Thais Gomes Oliveira, de 18 anos, foi arrastada por 4 quilômetros após ser atropelada por Caio Ericson, na QI 19 do Lago Sul, no domingo passado. A vítima estava na garupa de uma motocicleta, conduzida pelo marido, o motoboy Douglas Gonçalves dos Santos, 20. Ontem, o Instituto de Medicina Legal (IML) realizou o exame de corpo de delito da jovem. Ela prossegue internada em estado grave na unidade, após passar por um procedimento de reconstrução mamária, e ter a mão esquerda amputada.

A análise foi solicitada por investigadores da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), para auxiliar no inquérito do caso, e deve sair em 30 dias. Os agentes ainda não coletaram o depoimento da vítima, por causa do quadro de saúde, além da situação emocional dela. Ainda, o Instituto de Criminalística também produz laudos do local do acidente e no veículo, um VW Up! branco, apreendido na terça-feira em uma oficina do Guará.

Os agentes escutaram o motoboy Douglas, e um casal de amigos da dupla, que os acompanhavam pela via quando ocorreu a colisão. Eles são testemunhas oculares do caso. Também na terça-feira, o assessor parlamentar se apresentou à delegacia e alegou, em depoimento, ter sofrido um “apagão” depois de deixar um restaurante localizado próximo ao Lake Side. O homem afirmou não ter conhecimento do envolvimento na batida, e que está consumindo medicações para depressão.

A reportagem entrou em contato com a advogada de Caio Ericson, Ana Carolina Alipaz. A defensora garante que entregará à 10ª DP laudos psiquiátricos que comprovam o quadro clínico do cliente, assim como receitas médicas delimitando os remédios que Caio Ericson está consumindo no momento.

Em relação aos flagrantes de infrações de trânsito, a defesa do assessor parlamentar limitou-se a informar que está “acompanhando as investigações e averiguando todas as informações e nos manifestaremos em momento adequado, posteriormente.”


Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação