Em conversas por WhatsApp entre Pedro Henrique Krambeck Lehmukl, 22 anos, e o pai biológico, Eduardo, o acusado de traficar animais silvestres afirma que comprou a naja kaouthia que o picou por R$ 6 mil. O Correio teve acesso com exclusividade às mensagens que mostram o diálogo entre os dois. Primeiro, Pedro Henrique envia um vídeo da serpente ao pai. Em seguida, Eduardo questiona: “Ela é braba? É venenosa?”. O jovem confirma e responde: “É braba, sim, e tem veneno, sim”.
O pai demonstra preocupação e pergunta: “Pedro, essa cobra não é perigosa? Fico preocupado. Você pagou quanto nela?”. O estudante afirma: “Está tudo sob controle. Ela custa R$ 6 mil, mas fiz um rolo com uns bichos que eu tinha”, detalha. Eduardo ainda questiona sobre a possibilidade de venda do animal, mas Pedro nega e deixa claro as intenções. “A princípio, não. Quero reproduzir”, acrescenta.
Segundo as investigações da 14ª Delegacia de Polícia (Gama), Pedro entrou para o mundo do tráfico de animais em 2017. O crime consistia na compra de serpentes, vindas de outras unidades da Federação e trazidas para o DF. “Diálogos colhidos pela polícia mostraram-no negociando a venda dessas espécies. Um dos negócios, inclusive, foi realizado no Gama. Tratava-se de um filhote de uma cobra nigritus, que custou R$ 500. Ele viu o quanto o negócio era rentável e embarcou. Cada ninhada, por exemplo, vinha com 20 filhotes”, detalhou o delegado à frente das investigações, Willian Andrade.
Pedro Henrique foi indiciado 23 vezes por tráfico de animais silvestres e maus-tratos, além de associação criminosa, mesmo indiciamento do padrasto e da mãe dele. O jovem picado pela naja também responderá pelo exercício ilegal da profissão de veterinário, uma vez que vídeos colhidos pelos policiais mostraram o jovem realizando uma cirurgia em uma cobra.
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