O Correio teve acesso com exclusividade a conversas por WhatsApp entre Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkuhl, 22 anos, e a mãe, a advogada Rose Meire dos Santos, que revelam que o acusado de traficar animais silvestres viajava para estados como São Paulo e Bahia na intenção de comprar serpentes e revendê-las em Brasília.
Os diálogos estavam armazenados na galeria do celular do estudante de medicina veterinária. Em uma das conversas, a mãe pergunta: “E aí? Tá por onde? Jantou? E as cobras? Pedro responde em seguida: “Passando por Ibotirama (BA)”, e finaliza dizendo que as cobras estão bem.
Em um outro diálogo, o indiciado manda uma foto para a mãe da cobra víbora-verde-de-vogel — cobra exótica, nativa da Ásia — e ela responde: “Rum. Isso não. Olha o tamanho desse bicho”. O jovem desconversa e diz: “Como estão meus ovos? Você tem olhado?”.
A troca de mensagens deixa claro o envolvimento da mãe no esquema de tráfico de animais. Em depoimento, Rose Meire negou as acusações e alegou não saber que o filho criava serpentes na residência. No entanto, as investigações conduzidas pela 14ª Delegacia de Polícia (Gama) concluíram que a mãe era a responsável por cuidar dos animais e da reprodução e que Pedro não era simplesmente um “mero colecionador de cobras”, como alega a defesa, mas comprava e revendia para ganhar dinheiro.
Pedro Henrique foi indiciado 23 vezes por tráfico de animais silvestres e maus-tratos, além de associação criminosa, mesmo indiciamento do padrasto, o tenente-coronel da PMDF Clóvis Eduardo Condi e da mãe. O jovem picado pela naja também responderá pelo exercício ilegal da profissão de veterinário, uma vez que vídeos colhidos pelos policiais mostraram o jovem realizando uma cirurgia em uma cobra. (DD)
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.