OBITUÁRIO

Marcelo Ramos, radialista, 67 anos

wal
postado em 20/08/2020 23:03
 (crédito: Reprodução/Redes Sociais)
(crédito: Reprodução/Redes Sociais)

‘Repórter do povão’ e ‘narrador do povão’ — assim era conhecido Marcelo Ramos, 67 anos. Nascido em Minas Gerais, o radialista consolidou a carreira no Distrito Federal. Amante da cobertura esportiva e política, ele ganhou destaque nas reportagens relacionadas ao Executivo local. Atualmente, o mineiro apresentava o programa matinal O Povo e o Poder, transmitido pela Rádio Bandeirantes. Ontem, Marcelo perdeu a luta contra a covid-19, mas deixa um histórico de batalhas vencidas, que vão ser lembradas por aqueles com quem cruzou o caminho.

Marcelo nasceu em 1953, em Bom Sucesso (MG). O interesse pela profissão veio de família. O pai dele, Vicente Ramos, rezava a Ave Maria em uma emissora mineira, o que despertou o interesse do filho pela profissão. Ao chegar em Brasília, em 1968, o radialista traçou o próprio caminho até chegar à cobertura dos acontecimentos diários do Palácio do Buriti.

Entretanto, o início da carreira foi tímido. Marcelo ia às rádios, em Divinópolis (MG), cidade onde morava, apenas para informar a hora. Em 1970, ele iniciou a cobertura esportiva no Distrito Federal. O radialista tinha uma paixão: a cidade de Ceilândia. Ao longo dos 45 anos de profissão, ele acompanhou fatos importantes na capital, como a inauguração dos estádios Mané Garrincha e Augustinho Lima, assim como o Bezerrão. Em 2009, ele foi homenageado pela Câmara Legislativa do DF com o título de Cidadão Honorário de Brasília. Em 2018, decidiu aposentar-se, após a morte de um filho.

Nas redes sociais, o filho Vicente Ramos escreveu um texto de despedida. “Muitos conhecem o narrador do povão, o radialista. E apaixonaram-se pela pessoa incrível que ele é. Poucos conhecem o Marcelo Ramos pai, amigo e esposo. Mais incrível e apaixonante ainda”, disse. O radialista deixa a esposa, cinco filhos e cinco netos. Ele será sepultado no DF e não haverá velório, segundo a família.

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Fernando Jorge, sociólogo, 70 anos

 (crédito: Reprodução/Facebook)
crédito: Reprodução/Facebook

Brasília perdeu um cidadão apaixonado pela análise política e pela cidade. O sociólogo Fernando Jorge Caldas Pereira, 70 anos, morreu na quarta-feira em decorrência da covid-19. Ele foi enterrado ontem, no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul.

Dono do instituto de pesquisas O&P Brasil, Fernando Jorge estava internado na UTI do Hospital Santa Lúcia, intubado, havia um mês. Na manhã de quarta-feira, os amigos e familiares foram avisados de que o quadro era irreversível por falência múltipla dos órgãos. O coração parou de bater por volta de 19h.

Fernando Jorge sabia que a contaminação pelo novo coronavírus poderia ser fatal, caso fosse infectado. Ele passou por duas longas internações no ano passado, com quadro de infecções graves. Por isso, tomava cuidados e estava em quarentena. Mesmo assim, pegou a doença.

Os amigos da política, da vida em Brasília e do aeródromo Botelho, que frequentava como piloto de ultraleve, estão inconformados. A mãe, Dona Lígia, de 102 anos, foi avisada na manhã de ontem.

Fernando Jorge era irmão do ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge Caldas Pereira. Deixa dois filhos e um neto de cinco anos.

Com experiência na análise de pesquisas, ele trabalhou em campanhas eleitorais de Fernando Henrique Cardoso, ao lado do Antônio Lavareda. No DF, fez pesquisas para o último governo Roriz (2002/2006) e para o governo Rolllemberg (2014/2018).

Com Rodrigo Rollemberg, mantinha uma amizade muito além da política. Fernando Jorge era um conselheiro desde os tempos de deputado distrital, até o governo e na campanha à reeleição. Era um admirador do trabalho do ex-governador. “Não tenho dúvidas de que esse foi o melhor governo do DF. Os moradores ainda vão reconhecer”, costumava dizer.

Rollemberg acompanhou toda a internação e está muito abatido. “Fernando Jorge era muito mais do que um amigo muito querido. Era um conselheiro. Poucas pessoas conheciam tão bem a realidade social e política do DF como ele. Eu, Márcia e toda minha família estamos muito tristes. Deus o receberá de braços abertos“, disse o ex-governador.
Amigo do sociólogo, o ex-presidente da Câmara Legislativa Fábio Barcellos também está consternado. “Dizer que perdi um amigo é egoísmo diante da perda de sua família e de nossa Brasília. Exato no questionamento e preciso na explanação, deixará um vácuo em nossas prosas, hoje, preenchidas pela saudade. Muita luz pra você e que Deus dê forças a sua família“.

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