Economia

Com reajuste, motorista pode pagar até R$ 0,40 mais caro por gasolina no DF

Este é o 11º aumento seguido o preço da gasolina desde maio. O repasse ao consumidor pode variar entre R$ 0,10 e R$ 0,40, segundo Sindicombustíveis

Celimar de Meneses*
postado em 21/08/2020 20:16 / atualizado em 21/08/2020 20:16
Foi o 2º ajuste feito em 8 dias, o último aconteceu em 13 de agosto.  -
Foi o 2º ajuste feito em 8 dias, o último aconteceu em 13 de agosto. -

O motorista do DF pode pagar até R$ 0,40 mais caro por litro e gasolina, após reajuste de 6% e 5% anunciado pela Petrobras na quinta-feira (20/8), para gasolina e diesel. A expectativa é de que os preços aumentem nas bombas a medida que o estoque de gasolina dos postos acabe e eles precisem comprar o produto por R$ 0,10 mais caro.

“O repasse ao consumidor pode variar entre R$ 0,10 e R$ 0,40. Aí vai depender de como o posto está operando. Aquele posto que está com promoção, com o preço muito baixo, poderá fazer um repasse maior. Aqueles que já fizeram o primeiro repasse podem se manter nos R$ 0,10”, explicou o o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis), Paulo Tavares.

Em nota, a Petrobras afirmou que “a gasolina e o diesel vendidos às distribuidoras têm como base o preço de paridade de importação, formado pelas cotações internacionais destes produtos mais os custos que importadores teriam, como transporte e taxas portuárias”.

Foi o 2º ajuste feito em oito dias e o 11º aumento desde maio. Para o presidente do Sindicombustíveis, essa mudança não se justifica, porque os preços internacionais do barril de petróleo estão estáveis nos últimos meses e outra mudança no preço já foi feita em 13 de agosto.

Preço nos postos

O presidente do sindicato afirma que não há como os postos de gasolina não repassarem esse reajuste ao consumidor, já que R$ 0,10 equivaleria aproximadamente a 25% da média de lucro dos postos de gasolina.

“Quando a gente vê a gasolina a quatro reais, não é todo esse valor que vai para o posto”, afirma Paulo. Ele explica que cerca de dois reais para cada litro são impostos aos governos local e federal e outros dois para a Petrobras. Assim, segundo ele, sobram 50 ou 60 centavos para o distribuidor e o revendedor cobrirem seus custos.

“Como se corta 1/4 de custos de um dia para o outro? É praticamente impossível. A energia elétrica não vai baixar 1/4, não dá pra cortar os salários dos meus funcionários em 25%”, lamenta.

Questionada pelo Correio, a Petrobras afirmou que o preço médio da gasolina para as distribuidoras passou a ser de R$ 1,82 por litro e que, no acumulado do ano, a redução do preço é 5%. Também afirmou que apenas 29% do preço da gasolina é composto pela atuação da estatal, sendo 16% impostos como Cide e Cofins; 30% de ICMS; e o restante o custo do produto mais distribuição e revenda.

* Estagiário sob supervisão de Mariana Niederauer

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