Coronavírus

Codeplan avalia cenário de queda da pandemia de covid-19 no Distrito Federal

Análise da Companhia de Planejamento (Codeplan) mostra redução de 66% na quantidade de notificações da covid-19 nos últimos cinco dias e de 53,8% no total de óbitos. Dados, no entanto, podem mudar a cada semana por causa das informações de cartórios e hospitais

Jéssica Eufrásio
postado em 22/08/2020 06:00 / atualizado em 22/08/2020 14:30
 (crédito: Renato Alves/Agência Brasília)
(crédito: Renato Alves/Agência Brasília)

Depois do anúncio de que a Secretaria de Saúde mudaria a forma de apresentar os dados sobre as mortes pela covid-19, a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) divulgou uma edição extra do boletim que analisa o cenário da pandemia. Os números mostraram queda nas últimas semanas, quando levados em conta os casos por data de início dos sintomas e os óbitos por dia de registro. Apesar disso, os índices permanecem em patamares elevados, e os levantamentos das próximas semanas podem afetar o balanço dos últimos dias.


O boletim reúne informações de 26 de janeiro até a última quinta-feira. Na comparação com a semana passada, por exemplo, é possível observar queda de 66% na quantidade de casos registrados nos últimos cinco dias — a redução de óbitos no mesmo período é de 53,8%. No entanto, a diferença pode não se manter, à medida que mais pacientes recebam diagnóstico positivo para a covid-19 nos próximos dias. “Pode ser que, no boletim, sejam incluídos casos por causa da subnotificação. Mas esse problema não é exclusividade do Distrito Federal, é do Brasil e do mundo”, afirmou o presidente da Codeplan, Jean Lima.


Por meio do comparativo, é possível perceber o tempo de intervalo desde o aparecimento da doença até a confirmação das mortes pelos órgãos oficiais. Considerada a data em que os óbitos ocorreram, o pico deles ficou entre o fim de julho e o início de agosto. Mesmo com esse indicador em queda, a contagem pela data de notificação vai na direção contrária. “Isso porque há uma série de procedimentos necessários para que haja a confirmação (pelos órgãos oficiais): informações dos hospitais privados, de cartórios. Pode ser que, em duas semanas, o gráfico de ontem (quinta-feira) esteja alterado”, observou Jean.

Sintomas

De domingo a quinta-feira, 96 pessoas morreram no Distrito Federal por causa da covid-19. Nesse mesmo intervalo, a Secretaria de Saúde contabilizou 262 vítimas. A diferença decorre das confirmações de mortes que ocorreram em semanas anteriores. “Em termos percentuais, vemos uma queda na comparação com as semanas anteriores. Mas, todos os dias, temos tido aumento, porque a taxa de transmissibilidade está acima de 1,1. Em números absolutos, só cairemos de forma contínua quando esse índice ficar abaixo de 1”, detalhou o presidente da Codeplan.
Na quarta-feira, a Secretaria de Saúde anunciou que os boletins da covid-19 no Distrito Federal passariam por mudanças a partir desta semana. A quantidade de mortes informadas nos balanços diários seria referente apenas às últimas 24 horas, enquanto os óbitos por data ficariam disponíveis no portal governamental de acompanhamento da pandemia. Até a noite ontem, porém, a quantidade de vítimas por data do óbito não estava no site.


Segundo Jean Lima, os novos indicadores vão permitir comparar o DF com outras unidades da Federação, além da variação semanal de casos e dos momentos de pico. O presidente da Codeplan afirmou que não houve mudança na metodologia de divulgação do número de óbitos, mas um detalhamento deles. “Existe um dado e uma informação a mais. Os dois são importantes. Não há omissão, os indicadores são complementares”, ressaltou.

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Casos antes das primeiros registros

O primeiro caso da covid-19 no Distrito Federal foi confirmado, oficialmente, em 5 de março. Porém, entre 26 de janeiro e 7 de março, pelo menos 229 pessoas que testaram positivo para a doença, posteriormente, apresentaram sintomas associados à infecção. “A série de casos e óbitos com base na data da notificação tem maior regularidade, mas, em contrapartida, reflete um contágio que, possivelmente, ocorreu vários dias antes do registro, considerando o período de incubação, o tempo necessário para o resultado dos testes RT-PCR ou mesmo o tempo até a pessoa infectada buscar atendimento médico”, informa boletim do Painel de Situação do Governo do Distrito Federal (GDF) e da Secretaria de Segurança Pública.

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