CRIMES CIBERNÉTICOS

Policia apura se hacker preso em SC integra quadrilha que atua fora do país

O suspeito foi preso após um ano de investigação da Delegacia de Crimes Cibernéticos, em conjunto com Divisão Criminal do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Os golpes passam de R$ 648 mil

Sarah Peres
postado em 25/08/2020 21:17 / atualizado em 25/08/2020 21:17
 (crédito: Material cedido ao Correio)
(crédito: Material cedido ao Correio)

A Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) da Polícia Civil do DF tenta identificar a organização criminosa por trás do hacker acusado de aplicar golpes on-line que ultrapassam R$ 648 mil. O suspeito foi preso em Balneário Camboriú, interior de Santa Catarina, na manhã de segunda-feira (24/8).

Policiais da unidade especializada começaram a investigação acerca do grupo em 29 de março de 2019, após a Polícia Federal dos Estados Unidos denunciar o caso. Com as informações iniciais, identificou-se que o grupo criminoso pode atuar em três níveis diferentes, como explica o delegado responsável pelo caso, Dário Taciano de Freitas Júnior.

“Acreditamos que a organização criminosa tenha três níveis: os hackers, que são responsáveis por realizar os procedimentos de informática para realizar as fraudes; os recrutadores, cujo objetivo é escalar receptadores, também conhecidos como beneficiários ou laranjas; e os receptadores, os quais disponibilizam as contas para receber os valores obtidos com os golpes”, esclarece.

Os golpes aplicados em pelo menos duas vítimas do Distrito Federal, ocorreram por meio de mensagem de SMS nos celulares, enviadas como se fossem de um banco, que tem sede nos Estados Unidos — e sem representação nacional. “No texto havia um link, que direcionou as vítimas para página falsa do estabelecimento bancário na internet. Com esse primeiro acesso, elas passaram a receber mensagem de WhatsApp em nome desse banco, induzindo-as a gerarem códigos de barras por QR Code aos criminosos, vinculados às contas bancárias”, especifica o investigador.

Com os dados das vítimas, a organização criminosa habilitou um aplicativo bancário de celular, conseguindo furtar R$ 648.143,45 dessas pessoas. “A quantia foi obtida por meio de transferências bancárias realizadas para contas de diversos correntistas residentes em várias localidades do Brasil, bem como realizaram pagamento de tributos vinculados a uma unidade específica da Federação”, delimita Dário Taciano.

Como o golpe ocorreu por meio de banco estadunidense, a DRCC passou a investigar o grupo com apoio da Divisão Criminal do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. A primeira fase durou um ano, até que fosse possível identificar e rastrear um dos criminosos, em Balneário Camboriú.

“O acusado está preso por cinco dias, e o período de detenção pode ser estendido em igual período, ou a Justiça pode conceder a prisão preventiva. Vamos continuar as investigações para identificar os demais participantes dessa organização criminosa de nível nacional, que também pode atuar internacionalmente. Prosseguimos a apuração e, com mais elementos quanto à atuação desse grupo, cumpriremos outros mandados no Distrito Federal e em outras unidades da Federação”, frisa o delegado Dário Taciano, da DRCC.

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  • O hacker foi preso após um ano de investigação
    O hacker foi preso após um ano de investigação Foto: PCDF
  • O suspeito foi detido na manhã de segunda-feira (24/8), em Balneário Camboriú (SC)
    O suspeito foi detido na manhã de segunda-feira (24/8), em Balneário Camboriú (SC) Foto: PCDF
  • A ação também teve apoio da Polícia Civil do Estado de Santa Catarina
    A ação também teve apoio da Polícia Civil do Estado de Santa Catarina Foto: PCDF
  • O suspeito foi preso temporariamente
    O suspeito foi preso temporariamente Foto: PCDF
  • Os objetos apreendidos pela DRCC passarão por perícia do Instituto de Criminalística, da PCDF
    Os objetos apreendidos pela DRCC passarão por perícia do Instituto de Criminalística, da PCDF Foto: PCDF
  • A delegacia especializada continua as investigações acerca da organização criminosa
    A delegacia especializada continua as investigações acerca da organização criminosa Foto: PCDF

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