Tráfico de animais

VÍDEO: PCDF apreende cobras anunciadas ilegalmente na internet

Segundo o próprio anunciante das serpentes, as duas cobras valeriam cerca de R$ 1,8 mil no mercado clandestino. Serpentes foram capturadas no interior da Rodoviária do Plano Piloto

Darcianne Diogo
postado em 28/08/2020 17:07 / atualizado em 28/08/2020 17:07
Polícia apreendeu duas cobras nos arredores da Rodoviária do Plano Piloto: venda foi anunciada nas redes sociais -  (crédito: PCDF/Divulgação)
Polícia apreendeu duas cobras nos arredores da Rodoviária do Plano Piloto: venda foi anunciada nas redes sociais - (crédito: PCDF/Divulgação)

Policiais da Delegacia de Combate à Ocupação Irregular do Solo e aos Crimes Contra a Ordem Urbanística e o Meio Ambiente (Dema) deflagraram, nesta sexta-feira (28/8), a Operação Chordata, que resultou na apreensão de duas serpentes adultas, no entorno da Rodoviária do Plano Piloto. Segundo as investigações, a venda dos animais estava sendo anunciada nas redes sociais, sendo uma jiboia, de fauna silvestre nativa, e uma corn snake, dos Estados Unidos (veja o vídeo abaixo).

A ação tem o intuito de combater o tráfico ilegal de animais silvestres. Segundo o próprio anunciante das serpentes, as duas cobras valeriam cerca de R$ 1,8 mil no mercado clandestino, pois a jiboia teria um padrão diferenciado de coloração. Ele disse, ainda, que a corn snake é uma matriz, ou seja, já reproduziu algumas vezes, gerando, cada ninhada, cerca de 20 filhotes.

O autor foi detido em flagrante delito pelo crime previsto no art. 29, §1º, III, da Lei n.º 9.605/98 (Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão) e deverá responder, também, por tráfico de animais silvestres.

Na ocasião, os policiais da Dema ainda flagraram uma situação de comércio ilícito de entorpecentes, tendo sido abordado um menor de idade, com diversas passagens pela polícia. O adolescente foi conduzido à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), onde foi autuado e recolhido.

Tráfico de animais
A comercialização ilegal de serpentes silvestres no DF ganhou notoriedade após o caso do jovem picado por uma naja kaouthia, em 7 de julho. Pedro Henrique dos Santos Krambeck criava a cobra, ilegalmente, no apartamento onde mora com a família, no Guará 2.

Investigações concluíram que o estudante de medicina veterinária era dono de outras 22 cobras e que não se tratava apenas de um “mero colecionador de animais”, mas, sim, de um traficante, que atuava desde 2017.

Vídeos, fotos e documentos colhidos pela polícia comprovaram a atividade ilícita. De acordo com a apuração policial, o esquema ilegal, que envolveu 10 pessoas, incluindo estudantes de medicina veterinária, policiais e professores, começou na própria universidade na qual Pedro estuda, no Gama.

Pedro Henrique foi indiciado 23 vezes por tráfico de animais silvestres, 23 vezes por maus-tratos, associação criminosa, além de exercício ilegal de profissão, uma vez que filmagens mostraram o jovem realizando uma cirurgia em uma cobra dentro de um estabelecimento comercial da família.

O inquérito foi finalizado e encaminhado ao Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) para análise.

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