Vacina

Raiva: letalidade da doença é alta e animais devem ser vacinados

Doença pode gerar encefalite aguda capaz de levar as vítimas ao óbito em praticamente 100% dos casos: campanha de vacinação tem início este mês

Dentre as doenças infecciosas de origem viral, a raiva está entre as mais preocupantes. Apesar de não haver casos de raiva em humanos, cães e gatos no Distrito Federal, ela é a única, em relação a seu alcance e ao número de vítimas, que pode gerar uma encefalite aguda capaz de levar as vítimas ao óbito em praticamente 100% dos casos. A doença acomete todas espécies de mamíferos, inclusive, seres humanos.

Presente na saliva de animais infectados, o vírus da raiva é transmitido, principalmente, por meio de mordeduras e, eventualmente, pela arranhadura e lambedura de mucosas ou pele lesionada. Um dos importantes pilares do programa de vigilância da raiva preconizado pelo Ministério da Saúde é a campanha anual de vacinação em cães e gatos, de modo a manter, no curto prazo, parcela significativa dessas populações imunes ao vírus. Essas campanhas foram iniciadas com a criação do Programa Nacional de Profilaxia da Raiva (PNPR) em 1973.

Para manter os animais imunizados, a campanha de vacinação contra raiva deste ano vai ocorrer na zona rural no dia 29 de agosto, em postos fixos e volantes localizados em unidades básicas de saúde (UBSs), escolas, residências, comércios e outros estabelecimentos. Já na zona urbana, a campanha será nos dias 12 e 26 de setembro e no dia 3 de outubro, por meio de postos fixos em UBSs, Núcleos de Inspeção Sanitária, escolas, comércios, postos policiais e outros estabelecimentos.

“Em cada posto haverá três ou mais servidores e outros participantes, a equipe será formada por servidores públicos e colaboradores de instituições públicas civis e militares. A equipe será distribuída conforme a densidade populacional estimada de cães e gatos da área”, destaca o médico veterinário da Vigilância Ambiental, Laurício Monteiro.

Neste ano, a vacinação da área rural será realizada em conjunto com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater-DF) e colaboradores de instituições públicas civis e militares, através de estratégia decidida entre a Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) e a Emater.

A Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde receberá para a campanha um total de 270 mil doses de vacinas enviadas pelo Ministério da Saúde. Para cada dose, serão utilizadas uma seringa e uma agulha descartáveis.

Na área urbana serão 1.640 postos fixos de vacinação. O horário de atendimento ao público nos postos será das 9h às 17h. Na área rural, serão 200 postos (volante e fixo) distribuídos em 17 localidades.

Atualmente, estima-se que a população de cães e gatos em todo o Distrito Federal seja de 345.033, sendo 308.419 cães e 36.613 gatos. A expectativa é vacinar, pelo menos, 80% da população animal.

Sinais clínicos de raiva no cão

Quando contaminado com o vírus da raiva, o animal pode tornar-se agressivo, mordendo pessoas, animais e objetos, ou ficar triste, procurando lugares escuros. Um dos sintomas mais graves é a paralisia total, seguida de morte. Fique atento, caso:

O latido torne-se diferente do normal;
Fique de boca aberta e com muita salivação.
Recuse alimento ou água, tendo dificuldade de engolir (parecendo engasgado);
Perca a coordenação motora;
Passe a ter convulsões;
Passe a ter paralisia das patas traseiras.

Fui mordido, o que fazer?

Mesmo que o animal seja vacinado, é necessário:
Lavar imediatamente o ferimento com água e sabão em barra
Procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS);
Comunicar à Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde, pelo telefone (61) 2017-1342 ou ao Disque Saúde – 160 pelo e-mail: zoonosesdf@gmail.com.

Além disso, não matar o animal agressor. Deixá-lo em observação durante 10 dias, em local seguro, para não fugir nem atacar pessoas ou outros animais. Ele deve receber água e comida, normalmente. Durante a observação, verificar se apresenta algum sinal suspeito de raiva (alteração de comportamento). Caso não seja possível observar o animal em casa, encaminhá-lo ao canil da Gerência de Vigilância Ambiental Zoonoses (GVAZ), Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde, da Secretaria de Saúde.