João Nildo de Souza Vianna arrancava sorrisos por onde passava. Em 1971, ele se formou em engenharia mecânica pela Universidade Federal do Pará (UFPa) e seguiu dedicando a vida aos estudos. Mesmo aposentado, ele produzia pesquisas no Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) da Universidade de Brasília (UnB) e orientava alunos que buscavam ser mestres e doutores. Ontem, o professor João, como era conhecido pelos estudantes, faleceu devido à complicações de saúde.
“Perder João é uma dor enorme. Quando soube, comecei a escrever. Me perguntei qual era a marca dele e cheguei a conclusão que era a generosidade. Ele tinha uma delicadeza e uma bondade enorme com colegas e alunos”, descreve Elimar Pinheiro do Nascimento, 73, professor do CDS e admirador de João, como ele pediu para ser identificado. De acordo com o pesquisador, o amigo era como um bom vinho, que ficava sempre melhor com o passar do tempo. “Cada vez mais simpático, bem-humorado e competente”, ressalta.
Outra característica de João, segundo Elimar, era a simplicidade. “Ele tinha muita afeição e carinho pelas pessoas. É uma perda imensa, para os amigos dele, para o CDS e para a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), onde ele também lecionava”, frisa.
“Espírito livre”
“Muito vivo, ativo e produtivo. Tinha muitos orientandos e estava tocando grupos de pesquisa e outros projetos”, conta o diretor do CDS, Maurício de Carvalho Amazonas, 53 anos. De acordo com ele, uma das grandes conquistas de João Nildo foi sustentar a Rede de Estudos Ambientais de Países de Língua Portuguesa (Realp). “Ele construiu um sistema que integra várias universidades do Brasil e de outros países de língua portuguesa”, salienta.
A professora do CDS Izabel Zaneti, 65, conhece o pesquisador há cerca de 20 anos. Ela foi aluna dele e, atualmente, era colega de profissão. “João é um espírito livre. Lembro dele sempre chegando de viagens. Tinha uma conexão incrível com países da África. Uma pessoa sempre alegre, feliz da vida e cheio de projetos”, descreve a amiga. De acordo com ela, a partida do amigo é uma perda muito grande de conhecimento e vivência. “Vai ser triste voltar para o CDS depois da pandemia”, lamenta Izabel.
Entre os estudantes, João também era uma pessoa querida. Paula Sinas, 61, teve aulas com o pesquisador em 2012 e conta que ele sempre foi divertido e amado por todos. “João é aquele tipo de pessoa que você sente muito carinho”, descreve. Após o curso, a amizade entre estudante e professor continuou. “Ele gostava de uma cachacinha, e a gente se encontrava em barzinhos ou pizzarias. Um cara muito querido”, finaliza.
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