O secretário interino de Saúde do Distrito Federal, Osnei Okumoto, avaliou a situação da crise sanitária na capital em entrevista ao CB.Poder, parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília, desta quarta-feira (2/9). Segundo ele, a interrupção no tratamento de doenças durante a pandemia de covid-19 pode levar quadros agudos de doenças a se tornarem crônicos. Além disso, houve um aumento de pessoas com necessidades de atendimentos psicológico e psiquiátricos devido ao isolamento social.
"Podemos ter (aumento) em diversos tipos de enfermidades. Esses cuidados estão sendo observados. Ontem tive uma reunião com o governador e com a equipe toda para organizar a Secretaria de Saúde e a rede pública de hospitais, unidades básicas de saúde e policlínicas para que a gente possa fazer o atendimento desses pacientes", avalia o secretário.
Okumoto está à frente da pasta após a cúpula da Secretaria de Saúde ser afastada dos cargos sob suspeitas de superfaturamento na compra de testes para covid-19. Ele já havia ocupado o cargo anteriormente, por 15 meses, quando foi exonerado em março, mas retornou à chefia da pasta após pedido do governador, Ibaneis Rocha. "Não podemos nos negar a prestar todo o nosso serviço e conhecimento para a população, principalmente nesse momento de pandemia, em que a população necessita muito da Secretaria de Saúde", afirma.
Sobre a investigação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), o secretário avalia que não terá dificuldades com o órgão, uma vez que prestará as "informações necessárias para que a gente possa melhorar os nossos processos e oferecer o melhor à população, sempre dentro da legalidade."
De acordo com Okumoto, a situação da pandemia está em um momento de decréscimo no número de transmissões, mas é preciso manter as medidas de proteção para que elas não voltem a aumentar. Aglomerações e relaxamento nas medidas de segurança por parte da população preocupam o secretário. Perguntado se houve erro do Executivo na liberação das atividades comerciais, dado o alto número de casos e mortes por coronavírus no Distrito Federal, ele avalia que o governo fez o possível para se preparar adequadamente para a crise sanitária.
"Todas as medidas tomadas foram muito bem estudadas. Nós iniciamos antecipadamente os isolamentos, afastamentos, isso nos deu um tempo para que a rede de saúde pudesse se organizar e pudéssemos ter UTIs e profissionais de saúde suficientes para fazer atendimentos", analisa. A rede pública de saúde dispõe atualmente de 700 leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) destinados exclusivamente a pacientes de covid-19.
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