CB Poder

"Não podemos nos negar a prestar serviço à população", diz secretário de Saúde

Em entrevista ao CB.Poder, secretário interino da saúde, Osnei Okumoto, alertou ainda para risco de interrupção de tratamentos médicos de outras doenças no DF

Tainá Seixas
postado em 02/09/2020 15:12 / atualizado em 02/09/2020 15:12
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O secretário interino de Saúde do Distrito Federal, Osnei Okumoto, avaliou a situação da crise sanitária na capital em entrevista ao CB.Poder, parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília, desta quarta-feira (2/9). Segundo ele, a interrupção no tratamento de doenças durante a pandemia de covid-19 pode levar quadros agudos de doenças a se tornarem crônicos. Além disso, houve um aumento de pessoas com necessidades de atendimentos psicológico e psiquiátricos devido ao isolamento social.

"Podemos ter (aumento) em diversos tipos de enfermidades. Esses cuidados estão sendo observados. Ontem tive uma reunião com o governador e com a equipe toda para organizar a Secretaria de Saúde e a rede pública de hospitais, unidades básicas de saúde e policlínicas para que a gente possa fazer o atendimento desses pacientes", avalia o secretário.

Okumoto está à frente da pasta após a cúpula da Secretaria de Saúde ser afastada dos cargos sob suspeitas de superfaturamento na compra de testes para covid-19. Ele já havia ocupado o cargo anteriormente, por 15 meses, quando foi exonerado em março, mas retornou à chefia da pasta após pedido do governador, Ibaneis Rocha. "Não podemos nos negar a prestar todo o nosso serviço e conhecimento para a população, principalmente nesse momento de pandemia, em que a população necessita muito da Secretaria de Saúde", afirma.

Sobre a investigação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), o secretário avalia que não terá dificuldades com o órgão, uma vez que prestará as "informações necessárias para que a gente possa melhorar os nossos processos e oferecer o melhor à população, sempre dentro da legalidade."

De acordo com Okumoto, a situação da pandemia está em um momento de decréscimo no número de transmissões, mas é preciso manter as medidas de proteção para que elas não voltem a aumentar. Aglomerações e relaxamento nas medidas de segurança por parte da população preocupam o secretário. Perguntado se houve erro do Executivo na liberação das atividades comerciais, dado o alto número de casos e mortes por coronavírus no Distrito Federal, ele avalia que o governo fez o possível para se preparar adequadamente para a crise sanitária.

"Todas as medidas tomadas foram muito bem estudadas. Nós iniciamos antecipadamente os isolamentos, afastamentos, isso nos deu um tempo para que a rede de saúde pudesse se organizar e pudéssemos ter UTIs e profissionais de saúde suficientes para fazer atendimentos", analisa. A rede pública de saúde dispõe atualmente de 700 leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) destinados exclusivamente a pacientes de covid-19.

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