Considerado o segundo estado da federação no número de denúncias de violência contra a mulher, conforme levantamento mais recente do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), o Distrito Federal continua a registrar casos de agressoes e mortes. Entre agosto e setembro deste ano, pelo menos três mulheres foram vítimas de tentativas de feminicídio, em que os autores eram companheiros ou ex-parceiros, como apurou o Correio (leia Memória). Dados da Secretaria de Segurança Pública mostram que, entre janeiro e junho, houve 25 ocorrências.
Na noite do último sábado, uma mulher de 42 anos e o amigo, de 30, estavam no apartamento dela, na 710 Norte, quando foram surpreendidos pelo ex-companheiro, um homem de 42 anos. As vítimas estavam no quarto da residência, no momento em que o suspeito entrou no imóvel e começou a golpeá-los com facadas, segundo informações da Polícia Militar do Distrito Federal.
O homem tentou atingir a mulher com uma facada na parte de trás da cabeça, mas ela conseguiu desviar e o golpe a acertou no ombro. O amigo foi golpeado no tórax. A equipe do Corpo de Bombeiros (CBM-DF) se deslocou até o endereço e encaminhou os dois ao Hospital de Base. O estado de saúde das vítimas, no entanto, não foi informado.
De acordo com a PMDF, o criminoso tentou fugir após cometer o crime, mas policiais o capturaram duas quadras à frente e o prenderam em flagrante. O acusado, que tem passagens policiais por violência doméstica, responderá pelos crimes de tentativa de feminicídio e tentativa de homicídio. A 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) investiga o caso.
Ainda na noite de sábado, uma segunda situação assustou pessoas que passavam próximo ao Aeroporto de Brasília Juscelino Kubitschek. Um taxista de 45 anos foi preso pela PMDF depois de disparar uma arma de fogo duas vezes. De acordo com a apuração policial, os tiros ocorreram durante uma discussão entre ele e a esposa, de 41 anos. Os dois estavam dentro do carro. Felizmente, ninguém se feriu.
Durante a abordagem, os militares localizaram o taxista, que discutia com a mulher no interior do veículo. Em buscas no carro, os policiais encontraram um carregador de arma de fogo, com 14 munições, uma pistola calibre 380, outro carregador com 10 munições intactas e duas cápsulas de munição.
Questionado sobre o armamento, o autor alegou que a arma era dele e confessou ter efetuado os dois disparos no local. Ele não apresentou autorização para o porte da pistola e, por isso, foi conduzido à 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) e responderá por porte ilegal de arma de fogo.
» Elas são o principal alvo
Segundo os dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) de junho, os casos de violência contra a mulher são os mais praticados entre todas as denúncias recebidas pelo canal, representando cerca de 79%. Violência física vem em segundo lugar, com 61,11%, seguida da violência moral (19,85%) e a tentativa de feminicídio (6,11%).
» Memória
23 de agosto
Um homem de 31 anos foi preso suspeito de agredir a ex-companheira, 36, em Santa Maria. A vítima sofreu fraturas no rosto em decorrência da violência. De acordo com a apuração policial, o casal estava em processo de separação, após seis meses de relacionamento. O homem foi detido e a mulher precisou passar por cirurgia no Hospital Regional de Santa Maria.
27 de agosto
Uma mulher de 45 anos teve o corpo queimado pelo companheiro, de 28 anos, após uma discussão entre o casal. Segundo as investigações, o homem havia retornado de uma festa e, ao ser questionado, se irritou, jogou álcool em gel na mulher e ateou fogo. A vítima foi encaminhada ao Hospital Regional de Taguatinga e o suspeito foi preso.
10 de agosto
Uma mulher, identificada como Cleudiane dos Santos, 27 anos, sofreu 22 facadas do ex-companheiro, de 32. A vítima estava grávida de quatro meses do acusado e perdeu o bebê. No dia do crime, os dois estavam em uma festa, em Taguatinga Norte, e o homem a chamou para ir até a
casa dele, quando, no meio do caminho, a atingiu. O suspeito permanece foragido.
» Elas são o principal alvo
Segundo os dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) de junho, os casos de violência contra a mulher são os mais praticados entre todas as denúncias recebidas pelo canal, representando cerca de 79%. Violência física vem em segundo lugar, com 61,11%, seguida da violência moral (19,85%) e a tentativa de feminicídio (6,11%).
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