Com pouco mais de três meses desde que foi criada, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape) passa por reestruturação. A edição do Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), de ontem, trouxe a troca de nomes de 11 cargos do alto escalão da pasta, inclusive o secretário Adval Cardoso Matos. Em maio, quando a então Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) se desvinculou da Secretaria de Segurança Pública (SSP), Adval assumiu a titularidade que, agora, passa a ser do delegado da Polícia Civil Agnaldo Novato Curado Filho.
Ao Correio, o ex-secretário fez um balanço positivo da gestão. Ele não deu detalhes sobre os motivos da demissão. “Foi uma opção do governo. É uma situação complicada, nem entro nesse mérito. O governador foi muito gente boa, e entendo o sufoco em que ele está”, afirmou. Também delegado da Polícia Civil, ele, agora, avalia se vai retornar ao trabalho na corporação ou se pedirá a aposentadoria.
Para o ex-secretário, a forma como a pasta lidou com a pandemia do novo coronavírus contribuiu para o baixo número de mortes no sistema carcerário. “Tínhamos 17 mil presos amontoados e um cenário em que nenhuma cidade teve; apenas quatro mortes”, destaca Matos. De acordo com ele, o novo hospital penitenciário está pronto para ser entregue. Em nota oficial, a Secretaria de Saúde informou que as obras estão concluídas. A unidade terá 20 leitos de enfermaria, distribuídos nos mil metros quadrados. O custo total foi de cerca de R$ 5,9 milhões.
Além do secretário, o governador também trocou o diretor do Centro de Progressão Penitenciária (sai José Ribamar da Silva, entra Ivanildo Carlos de Souza), o diretor da Escola Penitenciária do Distrito Federal (sai Jessica Racquel Moura de Barros, entra Deidson Brian Rocha dos Reis Oliveira) e o chefe de gabinete da Seape (sai Érito Pereira da Cunha, entra Geraldo Luiz Nugoli Costa). Por nota oficial, a Subsecretaria de Relações com a imprensa informou que a exoneração de cargos comissionados é de livre provimento.
Mais trocas
Em meio às pressões políticas na Câmara Legislativa, que se prepara para votar CPI da pandemia, houve troca em duas administrações regionais, ontem. Após pouco mais de dois meses, Daniel Crepaldi e Renato Couto foram exonerados dos cargos de administradores das regiões do Sudoeste/Octogonal e Cruzeiro, no lugar deles entram Tereza Canal e Luiz Eduardo Gomes de Paula, respectivamente.
“Não há crítica a ser feita, a regra do jogo é essa. Quem ocupa cargo de confiança tem que saber que ele não é seu. O meu cargo é da Secretaria de Educação, onde sou concursado”, declarou Daniel. Renato lembrou que não é a primeira vez que deixa um cargo de administrador pouco tempo depois da nomeação. “Fiquei na administração de Santa Maria por 22 dias, mas esse tipo de situação não gera constrangimento, faz parte da política”, avaliou.
Os novos nomes do Sistema Penitenciário e das administrações regionais são indicações do deputado distrital Reginaldo Sardinha (Avante), que é um dos 13 deputados que assinaram o requerimento de instalação da CPI da Pandemia na Câmara Legislativa.
A Secretaria de Saúde também foi alvo das exonerações do governo, com 16 nomes dispensados. A lista inclui a chefe de gabinete, Carla Chaves Pacheco e o chefe da Assessoria de Comunicação, José Américo Moreira da Silva. Os demais nomes são de assessores de gabinete. Ninguém foi nomeado para as vagas, até o fechamento desta edição. Em nota oficial, a pasta não esclareceu o motivo das exonerações.
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