Condenação

Homem que se passava por bispo para estuprar fiéis é condenado a 20 anos de prisão

João Batista dos Santos aproveitava do cargo para ganhar a confiança das vítimas, segundo as investigações

Darcianne Diogo
postado em 15/09/2020 21:44 / atualizado em 15/09/2020 21:44
 (crédito: Reprodução)
(crédito: Reprodução)

A Justiça condenou em 20 anos e seis meses de prisão um líder religioso acusado de estuprar uma adolescente de 13 anos, frequentadora de uma igreja evangélica do Recanto das Emas, liderada pelo próprio suspeito. João Batista dos Santos estava preso desde 19 de fevereiro deste ano.

As investigações concluíram que, em 2017, o acusado era bispo da igreja e, aproveitando da função, desenvolveu relação de confiança e proximidade com a adolescente. O Correio acompanhou a repercussão do caso e apurou que a vítima registrou boletim de ocorrência dois anos depois, na Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (Deam). Familiares chegaram a relatar que a menina apresentava comportamentos de síndrome do pânico e chegou a procurar atendimento psicológico.

Segundo a denúncia do Ministério Público (MPDFT), o bispo falava que amava a adolescente e que iria casar com ela. Depois de a menina comentar sobre ela ser homossexual, ele propôs passar um óleo para ungir seu corpo, argumentando ser uma forma de “cura gay”. Em uma das vezes, o acusado chegou a pedir fotos da jovem nua a ela, na intenção de levar os registros para "orar".

Para o Ministério Público, “é evidente que o 'modus operandi' utilizado não é inédito, ou seja, há um padrão de ataque. Depois de ganhar a confiança das vítimas, elas eram levadas a acreditar que poderiam ser curadas com um óleo ungido passado em seu corpo”.

Processos

Após o início das investigações, verificou-se que o homem já foi condenado duas vezes pelo crime de violação sexual mediante fraude, no entanto, recorreu nos dois processos e respondia em liberdade. Ele também havia sido absolvido em outros dois processos com denúncias semelhantes.

Em 2013, ele foi condenado em Goiânia pelo estupro de uma criança de 12 anos. No ano seguinte, uma jovem de 21 anos e uma adolescente de 15, frequentadoras de uma igreja evangélica do Gama, registraram boletim de ocorrência e alegaram ter sofrido abuso sexual do suspeito. Contudo, ao ser interrogado, o acusado afirmou que o "sexo" teria ocorrido de maneira consensual e foi absolvido.

Dois anos depois, outras duas adolescentes, de 16 e 17 anos, procuraram a polícia para se queixar de estupros, mas o homem também alegou que o sexo foi com consentimento.

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