Eixo capital

Ana Maria Campos
postado em 22/09/2020 23:21
 (crédito: Tailana Galvao/Esp.CB/D.A Press)
(crédito: Tailana Galvao/Esp.CB/D.A Press)

Baile de máscaras

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) promoveu ontem um jantar para receber os colegas de plenário. Uma festa de boas-vindas depois do longo período de distanciamento social provocado pela pandemia. No menu, paella, vinho e refrigerante para quem só usa álcool em gel. Medidas de segurança, aliás, foram definidas, como mesas separadas em um espaço amplo para mais de duas mil pessoas em sua casa. Mais de 40 senadores confirmaram presença. Mas, depois que a notícia vazou ontem, muitos parlamentares se sentiram constrangidos de participar do evento, mesmo de máscara, num momento em que há mais de 130 mil mortos por covid-19.

 

Ex-subsecretário se entrega disposto a falar

O ex-subsecretário de Administração-geral da Secretaria de Saúde Iohan Struck é um jovem de 27 anos servidor concursado do GDF, inteligente, segundo relato de colegas. Estudou engenharia na UnB, fala vários idiomas, como aponta seu perfil no Facebook, e trabalhou na Frente Nacional de Prefeitos. Nascido em Brasília, foi aspirante no Exército Brasileiro. Depois de 29 dias foragido, ele se entregou ontem ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) disposto a prestar depoimento. Mas uma possível delação premiada só vai funcionar se algo importante e relevante surgir para acrescentar na investigação.

 

Mais transparência

A 8ª Vara de Fazenda Pública do DF determinou mais transparência nos gastos públicos do DF relacionados a insumos e serviços destinados ao combate ao novo coronavírus. De acordo com a sentença, o Distrito Federal e o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF) são obrigados a publicar, em tempo real e sem omissões, todas as contratações e aquisições relacionadas à pandemia. A sentença confirma a liminar obtida em ação civil pública do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), em março.

 

A pergunta que
não quer calar….

Ao dizer na ONU que uma decisão judicial delegou aos governadores o papel de adotar medidas de isolamento e restrições de liberdade, o presidente Jair Bolsonaro tentou transferir para os estados a responsabilidade pelas 137,3 mil mortes por covid-19 no país?

 

Siga o dinheiro

R$ 1.415.008.921,61

Foi o valor da receita tributária de agosto. A arrecadação cresceu 7,9% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo levantamento do gabinete do deputado Chico Vigilante (PT). Considerando o IPCA de 2,55% nesse período, o aumento real foi de 5,2%.

 

Só papos


“Os focos criminosos (de incêndio) são combatidos com rigor e determinação. Mantenho minha política de tolerância zero com o crime ambiental. Juntamente com o Congresso Nacional, buscamos a regularização fundiária, visando identificar os autores desses crimes”

Presidente Jair Bolsonaro, em discurso na assembleia geral da ONU

 

“A narrativa fantasiosa do presidente não consegue encobrir os fatos. Os índices de incêndio na Amazônia e no Pantanal são recordes, segundo dados do INPE. Houve desmonte dos órgãos de fiscalização ambientais e de políticas públicas de preservação dos biomas”

Presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, no Twitter

 

À QUEIMA-ROUPA

Rafael Sampaio
Presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do DF (Sindepo)

Com quase dois anos do atual governo, a Polícia Civil teve 8% de aumento. A paridade significa recomposição de 37%. O Sindepo está conformado?
Não, definitivamente não estamos. Sofremos perdas inflacionárias de mais de 60%, um pouco mitigada com esses 8%, e temos hoje um dos piores salários de delegados do Brasil, especialmente considerando a falta de penduricalhos que são comuns em outros Estados. Mas não somos alienados e entendemos a dificuldade da conjuntura política e econômica para o governo cumprir com a promessa da paridade.

Ainda há esperança?
Claro. Há uma grande distorção. Não é razoável termos um salário tão defasado e estarmos atrás de praticamente todos os paradigmas, sejam distritais, federais ou estaduais. Logo, cremos que essa correção é questão de tempo.

O clima no país, com crises sanitária e fiscal, possibilita chegar a esse objetivo?
Dificulta muito. Qualquer debate agora de aumento de despesa com servidor gera repulsa. Fomos eleitos, injustamente, o mal da sociedade pela equipe econômica, que distorce a realidade para comprovar essa tese.
A Polícia Civil teve outras conquistas?
Sim. Conseguimos o (serviço) voluntário que aumentou a capacidade operacional da instituição e serve como uma válvula de escape financeira para o servidor. Foram feitos investimentos materiais necessários, que agregam satisfação e qualidade de vida no serviço, como novos prédios, viaturas, equipamentos, etc. Conseguimos iniciar dois grandes concursos. Mas nos ressentimos da falta de um plano de saúde para o servidor, que foi prometido e ainda não saiu do papel.

O plano de saúde vai sair?
Parece que deu uma esfriada, mas creio que vai. O Governador parece determinado a cuidar da saúde do servidor.

Existe respeito por parte do governador Ibaneis Rocha?
Sem dúvida. Houve um grande salto no relacionamento da instituição com o Governo. Hoje somos respeitados.

E autonomia?
A Polícia Civil sempre desfrutou de autonomia funcional. É absolutamente incomum interferência política em nossa instituição. A maior demonstração disso é que o nosso diretor foi escolhido por seus pares e não por critérios exclusivamente políticos.

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