Capital S/A

Samanta Sallum
postado em 22/09/2020 23:36 / atualizado em 22/09/2020 23:38

Pandemia derruba PIB no DF

Economia despenca, registra índice negativo.
Mas, em comparação ao Brasil, capital foi menos afetada pela crise, no segundo trimestre de 2020.

Abril, maio e junho entram para história como período mais agonizante na economia do Distrito Federal .
O desempenho desmoronou, fechando o segundo trimestre com índice 4, 2% menor de crescimento em relação ao mesmo período no ano passado.
Uma realidade bem diferente que a dos meses e anos anteriores, em que a curva da economia local estava em ascendência . O índice de desempenho econômico do DF (Idecon) vinha crescendo desde o segundo semestre de 2017. Chegou ao ápice com alta de 2, 6 % no quarto trimestre de 2019.
Houve redução no primeiro trimestre de 2020, mas o DF ainda se mantinha com índice positivo. Janeiro, fevereiro e março fecharam em 1,2 %. O resultado de abril, maio e junho é o pior desde 2015.
Esses indicadores serão confirmados hoje no Boletim de Conjuntura Econômica do DF, produzido pela Codeplan e pela Secretaria de Economia do DF.


Escudo para a crise

Em comparação ao desastre nacional na economia, Brasília foi menos impactada, segundo os dados da Codeplan. O PIB do país caiu entre abril e junho para 11, 4%, em relação ao mesmo período de 2019. A projeção é que o PIB brasileiro tenha o pior resultado anual desde o início do século passado.
A crise causada pela pandemia foi menos forte no DF pelo fato de a administração pública ter uma participação maior na estrutura produtiva aqui do na esfera nacional. O fato de existir uma massa de servidores públicos com renda estável cria um certo escudo na capital contra as crises.


Ousadia feminina
Foi o desemprego que empurrou a nutricionista
Keli Mayer a ser empreendedora de sucesso.Em plena pandemia, mas com todos os cuidados de segurança de saúde, ela acaba de investir R$ 3 milhões para abrir dois novos negócios. Um restaurante e um café na Asa Sul. Entre empregos diretos e indiretos, gera mais de 500.
A mãe de Karla e Karolina está no ramo há 11 anos. Tudo começou, porque foi demitida do emprego, depois de voltar de licença maternidade, o que acontece com muitas mulheres. Depois de tentar sem sucesso recolocação, decidiu pegar todo o dinheiro que tinha e abrir o self-service Mayer Sabores Brasileiros , numa pequena loja do Sudoeste ao lado de uma funerária.
O que não a intimidou.
Hoje, o restaurante toma conta de 9 lojas e ela chegou a servir 400 refeições por dia, antes da pandemia.
Teve de fechar por 4 meses, mas se manteve com o serviço delivery. Com o negócio reaberto, agora ela está na reta final para abrir outros dois pontos de gastronomia, na 116 Sul.
No café, um cenário muito especial: o jardim com 460 espécies de orquídeas e cada uma ganhará um nome de mulher. Keli faz questão de valorizar os fornecedores da cidade. “Muito importante nos apoiarmos.”

O morango é nosso

» O agropecuário foi o único segmento econômico no DF que registrou crescimento entre abril e junho de 2020 . Foi de 2,11%.
A Brasília verde existe, é pequena, mas marca presença. E nós amamos os morangos de Brazlândia.

» As maiores quedas foram sofridas pelo comércio (20%) e pela construção civil (15%). Nos últimos 12 meses, o comércio varejista teve queda de 2, 8%. Os setores mais atingidos foram o de móveis, eletrodomésticos , tecidos, hipermercados e veículos,.


Arca de Noé
do Brasil

O futuro da agropecuária e também da proteção da biodiversidade do país e do mundo está no Distrito Federal. Fica aqui o maior banco genético de espécies da América Latina. São cerca de
120 mil sementes, 765 espécies e mais de 1 milhão de amostras animais (embrião, sêmen, DNA) conservadas a uma temperatura de 20 graus abaixo de zero. É o banco de Recursos Genéticos e Biotecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “É nossa arca de Noé. Nossa contribuição para humanidade”, diz o presidente da empresa, Celso Moretti. Na foto, o pesquisador Juliano Gomes Pádua.



Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente.
Quem sobrevive é o mais disposto à mudança

Charles Darwin, biólogo britânico



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