A combinação entre tempo quente, baixa umidade e a liberação das piscinas para uso recreativo nos clubes levou o brasiliense para fora de casa ontem. Depois de registrar três dias de chuvas na última semana, os termômetros voltaram a marcar 33ºC, bem perto da maior temperatura registrada no ano no Distrito Federal, em 18 de setembro, quando a capital alcançou os 34,6ºC.
Nos clubes, o primeiro sábado com as piscinas liberadas teve movimento tímido. As famílias que decidiram frequentar os espaços precisaram seguir uma série de protocolos, como aferição de temperatura, agendamento para utilizar os locais e manter a distância de dois metros entre as pessoas.
Há seis meses longe das piscinas, a redatora Clarisse Mourão, de 40 anos, não perdeu tempo e foi para um clube no Setor de Clubes Norte. “É como uma libertação. Não é fácil, psicologicamente, tudo o que a gente está enfrentando. Jogo polo aquático há 23 anos e nunca havia ficado tanto tempo sem nadar”, conta.
Mesmo não se sentindo totalmente segura em relação à possibilidade de contaminação, Clarisse afirma que pretende continuar a frequentar o clube nos próximos fins de semana. “Ainda não me sinto 100% segura, me preocupo e busco manter o máximo possível de distância de outras pessoas”.
Para as crianças, o retorno das atividades aquáticas foi motivo de festa. As amigas Clara Diniz e Yasmin Paz, ambas com 10 anos, pediram aos pais para levá-las a um clube no Setor de Clubes Sul. “A gente queria muito sair de casa para nadar na piscina. Queríamos, também, usar o trampolim, mas ainda não está liberado”, diz Clara.
Nos dois clubes, as piscinas foram divididas em raias para manter uma distância segura entre os usuários. Além disso, os sócios precisavam fazer um agendamento e só podiam ficar na água por uma hora, caso houvesse outros usuários para frequentar o espaço em seguida.
Para que a diversão não se torne um problema, o infectologista Julival Ribeiro orienta a população a manter os cuidados. “É preciso estar atento para manter a distância mesmo dentro da água. Saiu da piscina, enxugue o rosto e coloque a máscara. A água da piscina tem cloro e reduz as chances de contaminação pelo vírus, mas não existe risco zero em lugar nenhum”, afirma.
Seca até outubro
O tempo deve continuar seco na capital até a segunda quinzena de outubro. Hoje, os termômetros devem variar entre 17 e 34 graus, e a umidade relativa do ar, entre 65 e 15%.
Segundo previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a próxima semana será quente e seca. “Não tem previsão de chuvas para os próximos dias. Até o fim do mês, por conta da massa de ar quente e seco, as possibilidades de precipitações são mínimas”, explica o meteorologista do Inmet Heráclio Alves.
Ainda de acordo com Alves, embora as chances sejam baixas, pode haver chuvas irregulares nos primeiros 15 dias de outubro. “Nesta primeira quinzena, não se descarta a possibilidade de chuvas isoladas. A partir da segunda quinzena, é esperada uma frequência maior, com mais regularidade. O início do mês deve ter pancadas com irregularidade.”
As altas temperaturas de ontem fizeram o Inmet emitir alerta laranja e orientar a população a evitar atividades físicas e exposição ao sol e a usar hidratante para a pele. A orla do Lago Paranoá, no entanto, ficou cheia de pessoas que tentavam se refrescar do calor.
O Corpo de Bombeiros aproveitou a movimentação no lago e, em conjunto com a Capitania Fluvial de Brasília e a Polícia Militar do DF, realizou uma ação de conscientização de prevenção de acidentes no Lago Paranoá com foco em embarcações. As orientações serão repassadas aos usuários que passavam pela Vila Náutica, principal posto de abastecimento de embarcações.
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