CLIMA

Umidade mais baixa do que no Saara

ALAN RIOS - SAMARA SCHWINGEL
postado em 30/09/2020 22:33


O brasiliense que fecha os olhos nesta época de seca pode imaginar facilmente o Congresso Nacional em meio a um deserto, cercado por camelos e cactos. Mas, visualizar a capital federal como uma cópia do Saara pode não ser tão exagerado assim, quando observamos a umidade relativa do ar, que chegou, ontem, a 14%, e a temperatura máxima foi de 34ºC. No domingo, os 10% colocaram a região em alerta vermelho. Os números são tão baixos que conseguem deixar o clima mais seco do que no deserto. Guelta Zemmur, pequena cidade marroquina do Saara Ocidental, registrou, ontem, umidade de 20%, enquanto que no Cairo, Egito, o índice foi de 23%.

A competição com o DF fica mais acirrada em Bir Lehlou, cidade no nordeste do Saara Ocidental, que empatou com os 14%. A comparação não quer dizer que o calor no Distrito Federal seja maior, pois essas regiões convivem com temperaturas máximas que ultrapassam os 37ºC, e as características são completamente distintas. Mas, para a Organização Mundial da Saúde (OMS), níveis de umidade do ar inferiores a 30% já são considerados de alerta.

Os danos são sentidos na pele pelos brasilienses. “Fico com sensação de mal-estar, moleza e falta de ar. Meu nariz sangra algumas vezes. Isso me atrapalha em tudo, principalmente no trabalho, já que estou em home office. Só quero ficar deitada”, conta a advogada Isabella Xavier, 32 anos, moradora do Guará. “Para amenizar, eu tomo vários banhos durante o dia. Procuro me hidratar com água, sucos e sorvetes. Além disso, utilizo ar-condicionado e umidificador o dia inteiro, na sala e nos quartos”, detalha Isabella.

Tem até quem tenha vontade de ficar fora de Brasília nesses períodos sem chuva, como o aposentado Fábio Oliveira, 62. “A vontade é de sair da cidade, porque a temperatura muito alta e a secura trazem cansaço e até falta de apetite. A pressão fica descontrolada, além do inchaço no corpo. Chega a dar um desânimo e isso atrapalha até a produção durante o trabalho”, relata o morador do Lago Norte.

 

 

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