CPI da Pandemia perde maioria

A exoneração da cúpula da Secretaria de Saúde foi mais um ingrediente para reduzir a crise provocada pelas denúncias da Operação Falso Negativo. As articulações políticas do fim de semana praticamente sepultaram a CPI da Pandemia na Câmara Legislativa.

O deputado Daniel Donizet (PL) retirou a assinatura do requerimento de autoria do deputado Leandro Grass (Rede), com pedido de investigação sobre fraudes na compra de testes para covid-19, foco da operação.

Sem o apoio de Donizet, o requerimento perde a maioria de 13 votos que, pelo regimento interno, possibilitaria furar a ordem cronológica de pedidos de investigações na Casa.

Na justificativa, Donizet disse que optou pela CPI da Saúde, mais ampla, relacionada a irregularidades nos últimos 10 anos, desde o primeiro ano do governo Agnelo Queiroz (PT), passando pela gestão de Rodrigo Rollemberg (PSB) até o mandato de Ibaneis Rocha (MDB).

Essa CPI foi proposta no fim de semana pelo deputado Roosevelt Villela (PSB) e conta com oito assinaturas. “Não há espaço para se criar duas comissões parlamentares de inquérito com os mesmos objetivos, mas não restando dúvida de que se deva priorizar àquela com escopo mais abrangente”, afirmou o distrital.

Mas é possível que nenhuma das duas saia do papel. O requerimento de Roosevelt pode servir apenas para o quórum da CPI da Pandemia ficar reduzido e inviabilizar ambas, já que outros pedidos de investigação estão na frente e essa ordem só seria furada com a adesão da maioria dos distritais.