Feminicídio

Comoção no adeus a Shirley Rúbia, vítima de feminicídio em hospital

Segurança de 39 anos morta pelo ex-companheiro é sepultada nesta quarta-feira (16/9,) no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul. Cerimônia começou às 14h, na Capela 8. Shirley foi esfaqueada na frente da filha em uma consulta pediátrica, na segunda (14/9), em Ceilândia

Familiares e amigos se despediram, nesta quarta-feira (16/9), da segurança Shirley Rúbia Gertrudes, 39 anos, assassinada brutalmente pelo ex-companheiro na segunda-feira (14/9), dentro do Hospital São Francisco, em Ceilândia. A mulher foi esfaqueada durante a consulta pediátrica da filha do ex-casal, 4.

Cerca de 100 pessoas compareceram ao Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul para prestar as últimas homenagens à mulher, que deixa dois filhos — a menina e um adolescente de 17 anos. O velório começou às 14h, na Capela 8.

A cerimônia deve se estender até as 16h30. Na despedida, parentes e amigos cantaram hinos evangélicos "Shirley era uma amiga de infância. Cantava muito na igreja e era uma pessoa abençoada. Hoje, ela parte, mas sabemos que estará no céu", diz Karina, uma das amigas.

O caso

No dia do crime, Shirley Rúbia chegou ao hospital acompanhada do ex-companheiro Rafael Rodrigues Manuel, 35, para levar a filha do casal a uma consulta pediátrica. Ao chegaram na unidade de saúde, os dois aguardaram na sala de espera e, após alguns minutos, foram chamados pelo médico.

Dentro do consultório, Rafael saiu por um instante. Segundo as investigações, nesse momento, o homem, que trabalhava como auxiliar de cinegrafista em uma emissora de TV, foi ao carro e pegou uma faca. Ao retornar à sala, ele atingiu Shirley com diversas facadas, uma delas atingiu o coração.

Tanto o pediatra quanto a criança presenciaram o assassinato. A vítima foi encaminhada imediatamente ao centro cirúrgico do hospital, mas não resistiu e morreu. Após cometer o crime, Rafael saiu correndo do local, entrou no carro e dirigiu até a casa onde morava com os pais, em Samambaia. Lá, ele disparou um tiro contra si mesmo e se matou.

"Sempre de manhã ela me mandava mensagem, mas no dia que aconteceu essa fatalidade ela não enviou nada. Achei estranho e senti falta. Quando foi mais tarde um pouco, eu fiquei sabendo dessa fatalidade. Ela era minha companheira, minha amiga", lamentou Rubens Eurípides, 52, um dos cinco irmãos de Shirley.