Reguffe: em busca de um caminho
O mandato do senador José Antônio Reguffe (Podemos) chega a um momento de decisão. Ele tem um ano e meio para decidir se vai concorrer ao Palácio do Buriti em 2022. Como não deve disputar a reeleição no Senado, conforme compromisso de campanha em 2010, ele precisa encontrar um rumo: entrar na briga para ser governador, participar do processo eleitoral nacional ou sair da política. Nos dois primeiros cenários, Reguffe precisa construir pontes e alianças, reforçar a base política. Campeão de votos na última eleição que participou, Reguffe pode ser um nome forte daqui a dois anos. Mas precisa traçar já as estratégias. Entre os colegas da bancada no Senado, ele tem dois potenciais adversários. Leila Barros (PSB) e Izalci Lucas (PSDB) não têm nada a perder.
Aposentadoria vai abrir vaga no TJDFT
Em março do próximo ano, o presidente Jair Bolsonaro deverá nomear um membro do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para a vaga do quinto constitucional no Tribunal de Justiça do DF (TJDFT). É que ocorrerá a aposentadoria compulsória da desembargadora Nídia Corrêa Lima (foto), que completará 75 anos. Entre os nomes considerados fortes para o cargo na magistratura, estão os procuradores Leonardo Roscoe Bessa e José
Eduardo Sabo Paes.
De licença
O vice-presidente da Câmara Legislativa, Rodrigo Delmasso (Republicanos), tirou 15 dias de licença para tratamento de saúde. O deputado vai fazer uma cirurgia que estava programada para março e foi adiada por conta da pandemia. Objetivo é melhorar a capacidade respiratória.
Enquanto isso... Na sala de Justiça
O Tribunal de Contas do DF, em outubro de 2018, determinou que a Secretaria de Saúde tomasse providências para a manutenção dos extintores de incêndio para evitar riscos de acidentes nas unidades de saúde do DF. O prazo para as medidas era de 30 dias. Agora, dois anos depois, o GDF foi condenado pela Justiça a promover a regularização dos equipamentos, com base em ação civil pública proposta pelo Ministério Público do DF. Ou seja, situação ainda é preocupante.
A pergunta que não quer calar
Como confiar que a hidroxicloroquina é eficiente para combater o novo coronavírus, se a pessoa mais poderosa do planeta, com todos os recursos disponíveis, adotou outro tratamento para a covid-19?
Agenda na rua
O governador Ibaneis Rocha (MDB) mudou o estilo da agenda. Está mais na rua lançando obras, inaugurando empreendimentos e ouvindo os moradores.
Quem Bolsonaro vai nomear no MPDFT?
A disputa pelo comando do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) no próximo biênio nunca foi tão devagar. Apenas quatro candidatos disputam três vagas na lista que será avaliada pelo presidente Jair Bolsonaro. A procuradora-geral de Justiça, Fabiana Costa, concorre à recondução, com os promotores Cláudio Portella, Nardel Lucas e Cátia Gisele. A grande briga, no entanto, será na segunda fase,
quando o apoio político conta.
Pra não perder tempo
Alguns promotores de Justiça que seriam muito bem votados pelos colegas e certamente entrariam na lista tríplice preferiram não concorrer. Sabiam que jamais serão nomeados pelo presidente Jair Bolsonaro.
Frente LGBTI+
Será lançada na próxima segunda a Frente Parlamentar para Proteção e Promoção da Cidadania LGBTI+ da Câmara Legislativa. Proposta pelo deputado Fábio Felix (PSOL), eleito com essa bandeira, a frente tem como signatários os deputados Arlete Sampaio (PT), Leandro Grass (Rede), Chico Vigilante (PT), Reginaldo Sardinha (Avante), Reginaldo Veras (PDT), Claudio Abrantes (PDT) e Júlia Lucy (Novo).
Mandou bem
Os testes da vacina de Oxford no Brasil têm seguido com sucesso. Até agora cinco mil voluntários receberam doses do antivirus e não apresentaram qualquer efeito colateral.
Mandou mal
O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros teve que ser fechado por causa dos incêndios que atingem a mata do cerrado. O fogo está próximo à área de visitação, o que representa um risco para as pessoas.
Só papo
“Dizem os estudiosos que, para cada caso que você tem de covid, você tem outros 10 que não foram detectados. Isso nos coloca, hoje, em torno de mais de um milhão de pessoas que tiveram contato com a doença. Então, temos o que se chama imunidade de rebanho, o que não nos deixa numa condição de relaxar nas medidas de proteção, mas que já faz com que a rede de saúde passe a sentir muito menos”
Governador Ibaneis Rocha (MDB)
“Para chegarmos a esse patamar, seria necessário que 70% da população tivesse tido contato com o vírus. Mas, mesmo que os números oficiais — cerca de 170 mil infectados —fossem multiplicados por 10, ainda não atingiríamos o índice”
Deputada distrital Arlete Sampaio (PT), médica sanitarista
À QUEIMA-ROUPA
Ivaldo Lemos Júnior
Promotor de Justiça do DF e autor do livro Fuga de Sobibor: e outras histórias do holocausto e da guerra
“O homem é capaz de barbaridades inimagináveis e, ao mesmo tempo, de gestos sublimes de bondade”
Como surgiu a ideia de escrever um livro sobre Sobibor, o campo de extermínio judeu na Polônia ocupada pelos nazistas na
Segunda Guerra?
Originalmente, recebi um convite para produzir um artigo tendo por motes “cinema” e “castigo”. O que era para ser uma peça de 20 páginas se transformou num livro de 600. O acervo sobre o assunto é gigantesco, praticamente infinito. Cada obra traz alguma contribuição; espero que esta também o faça.
Por que Sobibor? Há algo que chame mais a atenção do que Auschwitz, por exemplo?
Porque o filme escolhido para a preparação do artigo foi “Fuga de Sobibor”. Mas o livro também trata de Auschwitz — que matou muito mais do que Sobibor —, dentre outros campos, guetos e horrores em geral da guerra.
É um livro de ficção, um relato histórico ou uma análise jurídica sobre os crimes cometidos no campo de concentração?
É um relato histórico combinado com análise jurídica. O objetivo final é atualizar o tema de um conflito que acabou há décadas à luz da realidade de hoje, de modo especial a brasileira. Não se trata de ficção, mas há menção a muitos filmes e eu gostaria que fosse lido como um romance, do começo ao fim, de preferência num fôlego só.
Como foi o processo de pesquisa?
Em quase cinco anos, li o máximo de livros que consegui, fiz pesquisas pela internet e conversei com pessoas. Foi muito sacrificante, pela falta de tempo e pelo desagradável do assunto, mas também foi muito enriquecedor.
O que se aprende com um local como esse em que aproximadamente 250 mil judeus foram assassinados?
O homem é capaz de barbaridades inimagináveis e, ao mesmo tempo, de gestos sublimes de bondade. Isso já se sabia, mas não com a intensidade e a clareza que a guerra proporcionou.
Acredita ser possível a história se repetir?
A história está sempre se repetindo. Tudo é possível.
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