Obituário

O jornalismo está de luto

Edson Luiz, o Edinho, morreu, aos 60 anos, em decorrência de complicações infecciosas depois de sofrer um infarte. Deixa o legado de profissionalismo, respeito e carinho com os colegas. O enterro será hoje, às 14h30, no Cemitério Campo da Esperança

Ana Maria da Silva*
postado em 08/10/2020 22:20 / atualizado em 08/10/2020 22:21
 (crédito: Facebook/Reprodução)
(crédito: Facebook/Reprodução)

Amigo para todas as horas, profissional de primeira, Edson Luiz, o Edinho, morreu ontem, aos 60 anos, em decorrência de complicações infecciosas que fizeram com que o corpo começasse a falhar. Grande nome do jornalismo brasiliense, internou-se há um mês no Hospital Santa Luzia com problemas no fígado e nos rins. Na unidade, testou positivo para o novo coronavírus e a situação agravou-se, mas se recuperou. Há um dia, sofreu infarto, o colapso dos órgãos vitais agravou-se e o quadro ficou insustentável.

Natural do Rio de Janeiro (RJ), Edinho chegou em Brasília na década de 1990. Marcou presença na redação de diferentes veículos, como Estadão, O Globo e Correio Braziliense, entre outros. Foi assessor dos mais variados órgãos, como Ministério da Justiça e Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenapol). Jornalista premiado, há mais de 30 anos participava de coberturas memoráveis e ajudava colegas a crescerem na profissão.

“O Edinho era muito generoso, muito bacana com os outros. Ele tinha prazer em ajudar, sobretudo repórteres mais jovens. Era um jornalista que dividia e compartilhava o telefone de fontes com empresas concorrentes”, ressalta o amigo e jornalista Jailton de Carvalho, 55 anos. “Ele ajudava os colegas que chegavam com certo atraso em coberturas e explicava o que foi dito, dizia o que era mais importante. Sempre foi muito benevolente”, lembra.

Além de passar o aprendizado adiante, Edson fazia de tudo um pouco. Ele cresceu no Acre e fez carreira em Brasília. “Era um repórter muito versátil. Escrevia sobre problemas brasileiros como índios, sem-terra, desmatamento e meio ambiente. Mas, também, era capaz de escrever sobre política, economia, qualquer assunto. Ele foi muito ativo nos anos 1990 e na primeira década dos anos 2000 em jornais”, explica Jailton.

Generosidade

Muito além do jornalismo, Edson nutria paixão pela filha, Diana. “Edinho era, sobretudo, um pai zeloso. Costumava dizer que sua grande paixão era a filha. Em todo e qualquer lugar, seja no trabalho ou na boêmia, falava sobre a filha”, diz o amigo jornalista. “Um amigo e pessoa generosa. A morte dele nos afeta, é algo muito triste. Ele era jovem e tinha muita coisa pela frente. Ainda podia viver muito”, completa.

A perda deixa o jornalismo em luto, conforme diz o amigo e fotógrafo Orlando Brito. “É uma perda não só para o jornalismo brasiliense, mas para o nacional, também. Ele era um sujeito que brilhou tanto como assessor, quanto repórter”, ressalta. Edson deixa seu legado: “Ele realmente era um sujeito querido, sereno, preciso. Conhecia muito o tema de segurança pública, ecologia. Brilhou intensamente enquanto trabalhou nessa área. É uma perda imensurável para nós, jornalistas, amigos e colegas”, lamenta o amigo.

Como pessoa, Edson ensinou aos colegas, amigos e familiares, que não há nada acima da bondade com o próximo. “O que ele nos pede, a partir de toda sua lição de vida, é que sejamos bons. Ele nos mostrou que ao espalhar a bondade, ela volta para você”, ressalta Jailton. Os amigos e familiares de Edson poderão se despedir, hoje, no cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. O velório será de 12h às 14h, na capela número 1. O sepultamento será às 14h30.

* Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira

 

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