LAZER

Passeios ao ar livre dão o tom da celebração do Dia das Crianças no DF

Famílias brasilienses optam por passeios em áreas abertas da capital para divertir os filhos. Parque da Cidade, Zoológico e Torre de TV ficaram cheios e com aglomerações

Jéssica Moura
postado em 13/10/2020 06:00 / atualizado em 13/10/2020 06:51
 (crédito: Ana Rayssa/CB/D.A.Press)
(crédito: Ana Rayssa/CB/D.A.Press)

Em uma ida ao shopping para comprar o presente de Dia das Crianças, o controlador de pragas Alfredo Lima, 39 anos, ofereceu à filha Lara, 4, um balde com ferramentas de praia. A menina logo disparou: “Você esqueceu que a gente está vivendo uma pandemia?”. A mãe, Eva Freire, 35, justifica: “Ela sabe direitinho”. Por isso, no feriado de ontem, eles fizeram como tantas outras famílias brasilienses e optaram por passeios ao ar livre para comemorar a data em meio à pandemia do novo coronavírus, na tentativa de evitar aglomerações.

Neste ano, parte do presente das crianças foi visitar pontos turísticos da cidade. “Vamos só nesses lugares mais ventilados, ainda dá medo. A gente saía muito antes, quase todos os finais de semana, mas, agora, está mais difícil”, conta Alfredo. Ontem, foram à Torre de TV. Contudo, no local, formou-se uma fila entre os visitantes para subir ao mirante. “Se fosse em outros anos, com certeza a essa hora estaríamos no clube”, completa.

No clube. Era assim que o empresário Rodrigo Torres, 42, que nasceu em Brasília, aproveitava a data na infância. Agora, ele, a esposa, Andrea Rocha, 44, e o filho, Arthur Diniz, 4, resolveram passear de bicicleta pela W3 Sul, fechada para os carros nos feriados.

“Antes (no ínicio da pandemia), não fazíamos isso que a gente está fazendo”, pondera Andrea. Em casa, os pais tentam driblar a quarentena com Arthur com leitura e esportes, atividades na televisão e jogos educativos.

Diogo Ferreira, 8 anos, deixou de lado o vídeogame portátil que ganhou, ontem, e foi ao Parque Ana Lídia com os pais e os primos aproveitar os brinquedos. “Eu gosto de ir no balanço, fazer castelo de areia e ir àquele foguete”, ressalta. O parquinho estava cheio e foi difícil manter o distanciamento social. Muitas pessoas não usavam máscaras. “Tem pessoas que estão desobedecendo as regras”, alerta Diogo. Ele lembra que, no ano passado, comemorou a data no clube. “No próximo Dia das Crianças, em 2021, estará tudo certo”, acredita.

Para o mecânico Roberto Sousa, 52, que vendia balões temáticos no parque, o movimento foi semelhante ao do ano passado. “Tem esse problema da falta de máscara, mas espero que passe. Está normal, como no ano passado. Acho que até aumentou”, pondera.

Planetário

Foi também um foguete que chamou a atenção de João Gabriel Gomes, 3. Ao avistar o equipamento exposto na área externa do Planetário, João arrastou os pais para vê-lo. “Hoje é o dia dele. O trouxemos para que ele pudesse se divertir mais, tirar foto”, diz a mãe, Keile Regina Pinheiro, 46. Ela conta que, em isolamento em casa, João Gabriel tem ficado mais agitado. “Eu queria muito ir ao Zoológico com ele, mostrar os bichinhos. Mas, como o ônibus de Santa Maria não para lá na frente, descemos aqui mesmo”. Além do passeio, o filho também ganhou um carrinho.

As sessões de filmes no local ainda estão suspensas por causa da pandemia. No entanto, o lugar estava aberto para visitação das exposições. Na entrada, há aferição da temperatura dos visitantes e o número de pessoas em cada pavimento foi limitado.

Zoológico

A auxiliar de serviços gerais Tatiene Pereira, 30, foi de ônibus do Paranoá ao Zoológico para fazer um piquenique com os filhos. “É um prêmio, a liberdade para eles”, afirma. Nem mesmo a longa fila na entrada espantou os visitantes, aglomerados para adquirir as entradas. No Dia das Crianças, o Zoo disponibilizou 1,5 mil ingressos, o que equivale a 40% da capacidade do local. Tatiene enfrentou mais de uma hora de fila para conseguir entrar no local.

O filho, Yarllei Pereira, 7, diz que está achando “muito chato” ficar em casa. “Eu quero ver todos os animais que eu mais amo: elefante, girafa, tigre, jacaré, hipopótamo, urso, os pandas, jiboia, leoa, pantera, onça, tatu e lobo-guará”, enumera. “Agora, a gente tem que ficar a uma distância, não pode tocar na mão do outro e também não pode abraçar”, diz Yarllei. Ele tem esperança que, no ano que vem, a data seja comemorada de forma diferente. “Eu espero que seja mais legal do que esse”.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Fé em Nossa Senhora Aparecida

 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

Mesmo em meio à pandemia, a Catedral de Brasília celebrou o dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil e de Brasília. Com todas as medidas de segurança, três missas foram realizadas ao longo do dia para evitar aglomerações e a disseminação do novo coronavírus. Alguns fiéis que participaram do evento consideram que foi possível aproveitar a data, mesmo sem a tradicional festa na Esplanada dos Ministérios.

A missa das 18h foi celebrada por dom Marcony, bispo-auxiliar de Brasília. Apesar de a capacidade da Catedral ser de 360 lugares, foram disponibilizados 120, respeitando o distanciamento social. Para participar das celebrações, os fiéis precisaram realizar agendamento pelo telefone ou e-mail da igreja.

Maria Cristina Silva, 67 anos, esteve nesta última celebração. Católica, sempre participa da procissão de Nossa Senhora Aparecida. Este ano, ela considera que, mesmo sem manter a tradição, foi possível aproveitar. “Estar na Catedral me traz uma paz maior e uma sensação de estar mais próxima de Deus”, afirma. A aposentada mora em Samambaia e se deslocou até a Catedral às 13h. “Fiquei em comunhão e contato com Deus enquanto a missa não começava. É uma missa sagrada para mim”, diz.

Durante o evento, o bispo dom Marcony pediu que os fiéis aplaudissem Nossa Senhora. Para ele, a missa ficará marcada na história. “Estamos nos adequando ao momento de pandemia”, considera. Apesar de avaliar positivamente a missa, ele espera que, em 2021, seja possível realizar a procissão no centro da capital federal. “Logicamente, vem a nostalgia de ver aquele mar de velas na Esplanada. Porém, precisamos manter as medidas de segurança até que este momento passe”, completa.


Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação