COMÉRCIO

"O fechamento da W3 mata a circulação das entrequadras", diz vice-presidente do Sindivarejista

Sebastião Abritta aponta detalhes sobre o polêmico projeto

Alan Rios
Darcianne Diogo
postado em 13/10/2020 06:00
 (crédito:  Ana Rayssa/CB/D.A Press)
(crédito: Ana Rayssa/CB/D.A Press)

O que pode ser feito para trazer de volta os consumidores à W3 Sul?

O fluxo de pessoas no local estava sacrificado e piorou mais com esse fechamento no fim de semana e feriado. O DF é bem servido de parques. O Parque da Cidade é um dos maiores do Brasil, por exemplo. Então, na nossa visão, não há necessidade de fechar a W3 para lazer, pelo contrário, precisamos trazer mais pessoas à avenida. O fechamento, além de matar o fluxo do varejo, mata a circulação das entrequadras, o movimento de várias empresas caiu absurdamente, e estava se concretizando um novo segmento de supermercados ali, que fazia com que as pessoas voltassem.

Qual seria a solução para a questão do estacionamento?

A ideia do estacionamento pago é de grande valia, porque o funcionário estaciona em frente, e o carro ocupa aquela vaga do começo da manhã até o fim do dia. E, sabemos que cliente que não para, não consome. Hoje, quem vai consumir não consegue vaga. É só alinhar os valores por vaga para que dê certo, com o dinheiro captado sendo investido em transporte público de qualidade. Precisamos de um VLT que ligue W3 Sul e Norte, por exemplo.

O IPTU progressivo para lojas desocupadas pode ser um caminho?

Pode ser uma ideia ter o dono de um imóvel sem interesse em alugar pagando mais caro. Porque, às vezes, o dono do imóvel coloca o aluguel com preço bem acima da média. Temos que unir governo, proprietários e quem quer montar algum negócio para buscar alternativas. Se uma empresa grande montar uma unidade na W3 Sul, outras vão atrás. E, Brasília depende do varejo.

Que parceria o GDF pode fazer para incrementar o comércio na região?

O GDF, como gestor e interessado em arrecadação, teria que juntar os donos, ampliar a reforma dos estacionamentos — porque onde teve reforma o comércio está mais ativo — ou analisar um possível incentivo para quem montar negócio na W3 Sul, como São Paulo faz, onde tem a Feira do Brás. Mas, quanto mais restringe a área de acesso, mais caem as vendas. Abertura de varejo significa emprego, renda, geração de impostos, e o governo precisa agir para facilitar isso.

Qual é a vocação comercial para a W3 Sul? A gastronomia é um exemplo?

A vocação da W3 pode ser vista de forma extensa. Tem casa de fechaduras, artigos de informática, alinhamento e balanceamento, muitos segmentos. O importante é cada um deles estar lá. Temos que ir na W3 e encontrar diversas opções. A pessoa acaba andando e resolvendo a vida dela, quase como um shopping aberto, com a sequência de lojas, como era antes.

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