Trânsito

Homenagem: bicicletas brancas são afixadas onde ciclistas morreram no DF

Esculturas conhecidas como "Ghost bikes" foram colocadas em três pontos do Distrito Federal na manhã deste domingo (18/10)

Cibele Moreira
postado em 18/10/2020 15:12
Rodas da Paz homenageiam ciclistas mortos em ruas do DF -  (crédito: Cibele Moreira/CB/D.A Press)
Rodas da Paz homenageiam ciclistas mortos em ruas do DF - (crédito: Cibele Moreira/CB/D.A Press)

Um ato de protesto, de homenagem, e de luta. A Organização Não Governamental (ONG) Rodas da Paz afixou, na manhã deste domingo (18/10), três ghost bikes para sinalizar o local onde ciclistas morreram em decorrência de  acidente de trânsito. As esculturas de bicicletas brancas foram colocadas na 704 Norte, L4 Norte e na QI 6 do Lago Sul em homenagem aos ciclistas Ricardo Aragão, Francisco de Sales e Maurício da Cruz. 

O coordenador-geral da Rodas da Paz, Raphael Dornelles, ressaltou a importância da conscientização e respeito aos ciclistas. "O que importa é a vida porque a vida é o nosso bem maior. Em 2020, oito ciclistas perderam a vida em acidentes no Distrito Federal. Está mais que claro que é a velocidade que ceifa a vida dos nossos ciclistas. A irresponsabilidade e a falta de empatia dos motoristas com aqueles menores que estão trafegando", informou. 

"Muitas vezes nós ciclistas nos fazemos maiores andando em grupo, mas nem sempre é possível. Muitas vezes a gente só vai comprar pão, ver nossos familiares, e nesse processo nós somos atingidos. Então o respeito tem de acontecer em todos os momentos e em todas as horas. A educação dos motoristas tem que começar desde pequeno até quando for tirar a habilitação", ressaltou Raphael Dornelles. 

A servidora pública Suenia Almeida, 44 anos, perdeu o marido em agosto de 2018. Maurício da Cruz, 43, foi  vítima de um atropelamento por um ônibus na altura da QI 6 do Lago Sul enquanto trafegava com a esposa na ciclovia. "Atras de cada ciclista tem uma família, tem amigos, tem pessoas que dependem de outras. A gente precisa entender, a gente precisa ter respeito pelas famílias, pela comunidade e pela sociedade. Eu relutei muito para colocar a ghost bike, mas não dava mais para adiar esse sentimento de impotência", relata. 

Durante a homenagem, também foram relembrados as mortes dos dois garis na BR-020 após voltar de um dia de trabalho, em agosto deste ano. A ONG Rodas da Paz também afixou a ghost bike para Ricardo Aragão que foi atropelado na noite de 10 de outubro, na quadra 704 da Asa Norte, e para o ciclista Francisco de Sales que morreu após ser atropelado na madrugada de 23 de setembro, na L4 Norte. 


 

 

 

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