EDUCAÇÃO

Mais uma etapa de volta às aulas

Estudantes do 6º ao 9º ano se preparam para o retorno às escolas particulares do Distrito Federal a partir de hoje. A expectativa é de que 12 mil alunos desta etapa retomem as atividades presenciais, de um total de 43.228 alunos matriculados

Tainá Seixas
postado em 18/10/2020 23:50 / atualizado em 18/10/2020 23:53

Seguindo cronograma estabelecido em audiência entre entidades educacionais, escolas que atendem os anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) poderão retomar as atividades a partir de hoje. De acordo com o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe-DF), a estimativa é que cerca de 12 mil crianças e adolescentes dessas séries retornem às salas de aula presenciais, de um total de 43.228 alunos matriculados nesta etapa.
O ensino infantil e os anos iniciais do ensino fundamental voltaram aos colégios em 21 de setembro. O retorno do ensino médio, do ensino profissionalizante e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) está marcado para 26 de outubro. A estimativa é de que 45 mil estudantes terminem o ano letivo de forma presencial.
Para o presidente do Sinepe-DF, Álvaro Domingues, a experiência tem sido positiva. “Considerando o número de escolas e a quantidade de estudantes (na ordem de 20 mil) que retornaram até agora, houve intercorrências administráveis. Esperamos que isso ocorra também do 6º ao 9º ano”, avalia o presidente. De acordo com o Sinepe, os imprevistos registrados neste período de quase um mês resultaram em três casos confirmados da covid-19.
O Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinproep), no entanto, informa que 10 docentes tiveram testes positivos para o novo coronavírus. Contudo, o balanço da instituição sobre o retorno também é favorável. “Tem funcionado bem. As escolas têm seguido o protocolo. Solicitamos o afastamento de imediato dos professores que testaram positivo e de pessoas com quem tiveram contato”, ressalta Rodrigo de Paula, diretor jurídico do Sinproep.
Ele considera que poucos estudantes devem retomar às atividades presenciais neste segundo momento, a exemplo do que ocorreu com as etapas iniciais. “A partir do 6º ano, a educação remota tem funcionado bem e, como a gente está chegando quase à reta final do ano letivo, acho que boa parte das famílias vai deixar para levar os filhos de volta às escolas só no ano que vem”, completa.
A Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do Distrito Federal (Aspa-DF) analisa que o retorno das atividades presenciais de muitas escolas tem sido importante, principalmente no caso de responsáveis que voltaram ao trabalho fisicamente e de jovens que não se adaptaram ao ensino remoto. “Tem havido um controle bem rigoroso e os protocolos estão sendo observados. O mais importante é o relato de pais de que os alunos estão, de alguma maneira, retomando a aprendizagem e a autoestima”, argumenta o presidente da associação, Alexandre Veloso.
Contudo, a Aspa-DF pede mais transparência das escolas. Segundo Veloso, os pais solicitam que todas informem à comunidade escolar sobre casos suspeitos da doença naquele ambiente imediatamente. Entretanto, o Sinepe-DF explica que esta não é a recomendação do sindicato. “Nós não podemos divulgar que uma pessoa teve suspeita da doença sob pena de constrangimento. Por este motivo, só se divulga após atendimento médico, confirmação precisa e, mesmo assim, se divulga que houve, mas não se divulga o nome da pessoa”, argumenta Domingues.

Confiança

A produtora de café Cristiane Zancanaro Simões, 43 anos, é mãe de três filhos: Felipe, 6, Bruno, 10 e Luca, 13. Todos estudam na rede de ensino Marista. Os dois mais novos retornaram às atividades presenciais. Agora, será a vez de Luca, o mais velho, que está ansioso com a retomada. “Eles estão voltando muito mais felizes e eu vejo que eles estão aprendendo muito mais rápido o conteúdo que está sendo dado. A parte emocional está funcionando e a parte de aprendizado também”, avalia a cafeicultora.
Apesar do retorno para o ensino fundamental 2 estar programado para hoje, Luca, que está no 8º ano, só pisará de novo na escola em 3 de novembro. Isso porque um número maior que a metade de estudantes da sala expressou o desejo de voltar. Ele fará parte do rodízio entre estudantes na forma presencial. Cristiane está satisfeita com as medidas de segurança adotadas pela escola.
De acordo com ela, não há aglomerações, as regras de higiene estão sendo observadas e os meninos ficam de máscara o tempo todo. “Não peguei congestionamento e, na hora que você vai buscar as crianças, os funcionários chamam pelo walkie talkie e trazem até você. Isso me passa muita segurança.” Cristiane também elogia a organização para o recreio: ela relata que os estudantes não ficam dispersos na escola. Os alunos são liberados por turmas.

Trânsito

Embora em toda semana de retorno às aulas o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) realize ações em frente às escolas, desta vez será diferente. O órgão aproveitará as campanhas educativas, que vêm sendo realizadas no mês das crianças, e intensificará as orientações de segurança na travessia de pedestres, segurança de ciclistas e transportes de crianças. As temáticas continuarão sendo trabalhadas até a próxima semana nas ruas da capital.
Com a retomada, mesmo que gradual, das aulas é comum que o trânsito fique um pouco mais pesado, no entanto, de acordo com o Detran-DF, a Diretoria de Policiamento e Fiscalização de Trânsito monitorará o fluxo, mas, por enquanto, não há previsão de novas ações para melhorar a fluidez dos veículos nas ruas do DF.


Cronograma de retorno gradual

21/9 - Educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental

19/10 - Anos finais do ensino fundamental

26/10 - Ensino médio, educação profissional e tecnológica e Educação de Jovens e Adultos (EJA)



Protocolos de segurança

O guia de retorno às aulas presenciais prevê diversas medidas de segurança para evitar a transmissão do novo coronavírus em ambientes escolares. Entre elas, estão:

» Redução para 50% o contingente máximo de alunos por sala

» Utilização de máscaras

» Disponibilização de álcool em gel 70% a todos

» Higienização e desinfecção frequente dos ambientes e equipamentos

» Readequação dos espaços físicos, respeitando o distanciamento mínimo de dois metros
» Delimitação da capacidade máxima de pessoas em salas de aula, bibliotecas, ambientes compartilhados e elevadores

» Definição escalonada de horários de intervalo, refeições, saída e entrada de salas de aula, bem como de horários de utilização de ginásios, bibliotecas e pátios

» Revezamento de dias ou horários de trabalho por parte dos colaboradores

» Priorização da ventilação natural do ambiente

» Preferência para reuniões e eventos a distância

» Proibição de contato físico

» Afastamento de colaboradores e estudantes que estejam com suspeita de covid-19

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Secretário internado

 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 14/7/20                                  )
crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 14/7/20

Diagnosticado com covid-19 desde a última quarta-feira, o secretário de Educação, Leandro Cruz, internou-se em unidade semi-intensiva do Hospital Santa Luzia, na tarde de ontem. Em nota, a Secretaria de Educação informou que a “internação se deu por recomendação médica.
O paciente passou o dia com febre constante e muito cansaço, mas seu estado geral é bom e, por cautela, ele ficará em observação pelos próximos dias”.

Seis mortes e 653 novos casos no DF

Em 24 horas, o Distrito Federal registrou mais 653 casos confirmados do novo coronavírus. Com os novos dados, divulgados ontem no boletim da Secretaria de Saúde, a capital alcançou 204.957 registros da doença. Desses, 195.538 pessoas estão recuperadas, o que equivale a 95,4% dos infectados, e 5.874 ainda seguem com o vírus ativo.
O número de óbitos em decorrência da covid-19 chegou a 3.545 no DF. Do total, seis foram confirmados no último informativo da pasta e ocorreram entre 19 de agosto e 16 de outubro. Todas as vítimas morreram em hospitais da capital, mas uma delas residia em Goiás. A maior parte delas era homens (4). Todas tinham idade acima dos 40 anos.
Levando em consideração apenas moradores do DF, a maior taxa de letalidade por faixa etária está no grupo de 80 anos ou mais, assim como o de mortalidade. As maiores incidências dos casos confirmados estão no grupo de 30 a 49 anos. As mulheres são maioria dos infectados na capital, somando 110.810. Já se tratando de óbitos, os homens saem a frente, com 2.069, equivalente a 58,4%.
Ceilândia continua à frente no ranking de cidades com mais registros da covid-19, com 25.388 infectados. Em seguida, estão Taguatinga, com 17.01 casos. Plano Piloto (16.239) e Samambaia (13.100).

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