Eixo capital

Ana maria campos/anacampos.df@dabr.com.br

Correio Braziliense
postado em 24/10/2020 22:33 / atualizado em 24/10/2020 22:33


TCDF quer saber se investigados na Operação Falso Negativo mantiveram influência depois de presos
O Tribunal de Contas do DF abriu um prazo de cinco dias para a Secretaria de Saúde do DF explicar se algum funcionário utilizou o token com a senha do ex-secretário de Saúde Francisco Araújo Filho, do ex-subsecretário de Administração-geral, Iohan Andrade Struck, ou do ex-assessor da pasta, Emmanuel de Oliveira Carneiro, para assinatura eletrônica ou outros atos de gestão após a deflagração da Operação Falso Negativo. A suspeita, apontada pelo Ministério Público de Contas, é de que os investigados e denunciados por fraude na compra de kits para testes de covid-19 tenham continuado a exercer influência na pasta mesmo após serem presos preventivamente. A decisão do TCDF foi unânime.


Recuperação e comitiva em duas rodas
O líder do governo na Câmara Legislativa, Claudio Abrantes (PDT), recebeu alta clínica, no início da tarde de ontem. O parlamentar estava hospitalizado desde a última semana, quando foi diagnosticado com covid-19.

A recuperação foi celebrada pela família de Abrantes e alguns amigos. Companheiros do motoclube Legião da Capital, do qual o parlamentar é membro, fizeram uma comitiva sobre duas rodas e o acompanharam até próximo de sua casa.


Queda na arrecadação
A Receita Tributária em setembro de 2020 foi de R$ 1,324 bilhão. Menor do que a do mesmo mês do ano passado: R$ 1,384 bilhão. Com tantas despesas a mais, a arrecadação ficou R$ 60 milhões mais baixa. Uma queda real de 7,6%, considerando a inflação. O levantamento é do gabinete do deputado Chico Vigilante (PT).

 

Ah, o amor...
O conselheiro Renato Rainha e a advogada Ana Cláudia Macedo vão se casar em 7 de novembro. Mas, por causa da pandemia, a cerimônia será transmitida pelo YouTube. O casal está muito apaixonado e Rainha conta ter encontrado a felicidade ao lado da bela noiva. Felicidades!


Ele também quer apoio
O promotor de Justiça Cláudio Portela, segundo candidato na lista tríplice para o comando do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), decidiu procurar a deputada Bia Kicis (PSL-DF) para buscar ajuda para sua pretensão de chegar à Procuradoria-Geral de Justiça do DF. Como a coluna mostrou ontem, Bia postou fotos ao lado dos candidatos Fabiana Costa e Nardel Lucas, respectivamente primeiro e terceiro colocados na seleção feita pela classe.


Enquanto isso...
Na sala de Justiça
Entidades que representam advogados trabalhistas e a OAB-DF enviaram ofício ao TRT da 1ª Região pedindo a retomada das audiências nos processos de instrução de forma presencial. O argumento é de que empresas e instituições, apesar da pandemia persistir, estão retornando ao trabalho e os conflitos, reaparecendo. As entidades argumentam que os levantamentos apontam queda no número de contaminados e de mortes por covid-19. “Sendo o Poder Judiciário atividade essencial à sociedade, nada mais justifica, nessa fase, manter as portas ainda fechadas à população em momento em que a prestação jurisdicional deve ser ainda mais célere e efetiva”, afirmam a OAB e a Associação de Advogados Trabalhistas do Distrito Federal e de Tocantins.

 

Só papos


“Ministro Luiz Ramos, não estiquei a corda com ninguém. Tenho enorme respeito e apreço pela instituição militar. Atuo da forma que entendo correto. Chega dessa postura de Maria Fofoca”
Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles


“O ministro Ricardo Salles, não satisfeito em destruir o meio ambiente do Brasil, agora resolveu destruir o próprio governo”
Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ)


Mandou bem
O governador Ibaneis Rocha (MDB) defendeu a “despolitização” da vacina contra covid-19 e a imunização da população independentemente de onde a solução venha.


Mandou mal
Nesta semana, a “vacina chinesa” virou cabo de guerra político entre Jair Bolsonaro e João Doria, com o presidente desautorizando a compra pelo Ministério da Saúde do imunizante desenvolvido em parceria com o governo paulista.


A pergunta que não quer calar
A volta às aulas na rede pública do DF pode criar uma nova onda de covid-19?


À QUEIMA-ROUPA

Ex-secretário de Cultura, jornalista Silvestre Gorgulho, autor do livro De casaca e chuteira, sobre a trajetória de JK e do Pelé


“A vida não se mede pelo número de vezes que respiramos, mas, sim, pelo número de vezes que nos tiram o fôlego. E como JK e Pelé souberam tirar nosso fôlego!”


Como foi seu trabalho de pesquisa?
Foram, literalmente, 10 anos de pesquisa. Comecei quando o Pelé fez 70 anos, em outubro de 2010. O livro é um corolário de fatos, fotos, histórias, casos, documentos, quase um almanaque. Em 448 páginas, coloquei 3.650 dias de muita pesquisa. Tudo isso começa em 1956. Foram profundas transformações com alguns fatos formidáveis. Na política: posse do presidente JK, no Palácio do Catete, em 31 de março. Logo em seguida, 78 dias depois da posse, JK assina a Mensagem de Anápolis, projeto de lei ao Congresso Nacional iniciando o processo da transferência da capital do Rio de Janeiro para o Planalto Central e a construção de Brasília. Em setembro de 1956, Brasília sai do papel. Nasce a Novacap e Ernesto Silva publica o edital do concurso do Plano Piloto. E em 7 de setembro de 1956, Pelé faz seu primeiro jogo profissional, disputando pelo Santos Futebol Clube a Taça Independência. Ganha a Taça Independência com apenas 15 anos. Com gol. Na literatura, o Brasil também tem seu momento. Em 1956, Fernando Sabino lança Encontro marcado, Mário Palmério lança Vila dos Confins e João Guimarães Rosa revoluciona a literatura com Grande Sertão: Veredas. O Brasil engata uma marcha forte para viver os Anos Dourados.


Por que a pesquisa durou 10 anos?
Quem elege a busca não pode recusar a travessia. E essa travessia durou 3.650 dias. A vida ensina que quanto mais você aprende, mais você sabe que não sabe. Mais você quer saber. E foram 10 anos lendo, conversando, visitando as cidades onde o Pelé passou, onde seu pai Dondinho jogou. Fui a Três Corações com o Pelé e ele me contou muita coisa.


Pretende fazer um lançamento em Brasília?
Sim, uma festa grande. Mas com o sentido bem cultural e educativo. Serão quatro noites no Cine Brasília. O José Damata e a professora Helvia Paranaguá vão coordenar. O secretário da Cultura, Bartô (Bartolomeu Rodrigues) já autorizou. Na noite, o lançamento será depois da palestra do cineasta Aníbal Massaini, que passará o filme Pelé Eterno. Vamos convidar as escolas do DF. Na segunda noite: filme JK no Exílio, de Charles Cesconetto. Palestra da filha Maria Estela Kubitschek. Depois, autógrafos no Foyer. Na terceira noite, o filme O risco Lucio Costa e a utopia moderna, de Geraldo Motta Filho. Antes terá uma palestra da arquiteta Maria Elisa Costa. Na quarta noite, o filme A vida é um sopro, documentário de Fabiano Maciel sobre Oscar Niemeyer e palestra do presidente do IAB. Deve ser depois da pandemia. Acho que em março de 2021.


A política e o futebol perderam brilho?
Outros tempos, novos costumes. Em ambas atividades acabou o amadorismo. Acabou o idealismo. Virou meio de vida. Mas para o bem e para o mal, o “brilho” continua.


O que JK poderia ensinar aos políticos de hoje?
Simples, ensinar que não vale torcer contra o Brasil. JK, hoje, é unanimidade. É o sonho de todo político quando crescer. Mas ele foi um presidente que cumpriu todas as 31 metas prometidas na sua campanha. Todas. Era um político magnânimo, conciliador e determinado. Nunca falou mal do Brasil e dos brasileiros.


Pelé no mundo?
Fico com a FIFA e com especialistas em esportes: maior atleta da história entre todas as modalidades esportivas. Gênio! Seu nome é o mais conhecido e pronunciado da língua portuguesa até hoje. E olha que se aposentou há 43 anos.


Em tempos de redes sociais, JK e Pelé seriam ainda mais populares?
Olha, a prova cabal está no dia que Pelé completou 80 anos. Só deu Pelé na mídia mundial e nas redes sociais. Como disse, Pelé jogou pela última vez em primeiro de outubro de 1977. Há 43 anos. Imagina só ele cinco vezes campeão do mundo (três pela seleção e dois pelo Santos); imagina um cara que parou duas guerras para mostrar sua arte; imagina se na época dele, em atividade, existisse essa facilidade de comunicação? Mas tudo tem o seu tempo. O importante é que JK e Pelé, como Ayrton Senna, são ícones, deram alma e autoestima ao Brasil. Cumpriram muito bem suas missões. E a vida não se mede pelo número de vezes que respiramos, mas, sim,s pelo número de vezes que nos tiram o fôlego. E como JK e Pelé souberam tirar nosso fôlego!

 

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