Grupo que aplicava golpes em servidores do GDF é alvo de operação

A organização criminosa conseguia os dados dos servidores pela internet e abria contas bancárias em nome das vítimas; o prejuízo soma R$ 2 milhões

Thalyta Guerra*

postado em 27/10/2020 10:20 / atualizado em 27/10/2020 10:21

O grupo financiava carros de luxo com o dinheiro dos golpes - (crédito: PCDF)

Na manhã desta terça-feira (27/10), a Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou a Operação Trickery (trapaça) para desarticular um grupo criminoso especializado nos crimes de fabricação e uso de documentos falsos e estelionato. Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão na Estrutural, Ceilândia e Taguatinga. Nas buscas, foram apreendidos vários espelhos de RG e DUT de veículos, maquinetas de cartões de crédito, computadores, aparelhos celulares e dois automóveis.

Após conseguir os dados pela internet, os criminosos abriam contas bancárias em nome das vítimas, servidores públicos da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, Secretaria de Educação e Procuradoria Geral do Distrito Federal. Com o uso de documentos falsificados e o número do celular cadastrado na conta aberta fraudulentamente, contratavam empréstimos, financiavam veículos e transferiam valores para contas de terceiros. (Veja fotos)

Após o sucesso do golpe, a quantia era repartida entre os integrantes do grupo e/ou depositada em outras contas correntes. Além disso, parte do dinheiro do crime era reinvestido em atividades ilegais, como comércio de armas de fogo que abastecem criminosos atuantes no DF. Foram identificadas 31 vítimas e o prejuízo estimado é de R$ 2 milhões, em golpes que ocorreram durante o ano de 2019.

De acordo com as investigações, é possível que os alvos da operação possuam vínculos com uma facção criminosa de São Paulo. Isso se explica porque uma das principais investigadas já havia sido presa, em agosto, por compor a citada facção como membro de célula feminina no DF.

*Estagiária sob supervisão de Nahima Maciel