Eixo capital

Ana Maria Campos
postado em 31/10/2020 22:21
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

Homenagem paralisada

A Câmara Legislativa já rejeitou no passado a concessão do título de cidadão honorário de Brasília a Pelé. Motivo: ele se recusou a registrar uma filha. Foi em 1997. Um outro projeto de resolução pode ter o mesmo desfecho. A proposta da honraria ao ex-ministro Sergio Moro, de autoria do deputado Delmasso (Republicanos), está parada desde 2017. Petistas, defensores do Lula e bolsonaristas não querem nem pensar em aprovar a homenagem.


Nota Legal Solidária

A Câmara Legislativa aprovou a criação do programa Nota Legal Solidária. O objetivo é permitir a cessão dos créditos fiscais para entidades beneficentes sem fins lucrativos do DF. A proposta dos deputados Professor Reginaldo Veras (PDT) e Rafael Prudente (MDB) segue para sanção do governador Ibaneis Rocha (MDB). Segundo o texto, as instituições poderão ser de diversas áreas, como assistência social, saúde, educação, cultura e proteção animal.


Praça Marielle

Polêmica à vista. Está na pauta da Câmara Legislativa desta semana a avaliação sobre o veto do governador Ibaneis Rocha ao projeto que dá o nome de Marielle Franco à praça em frente à Galeria dos Estados.


Preferência

O Hospital DF Star é o escolhido pela maioria dos políticos que confirmam diagnóstico de covid-19, como o governador Ibaneis Rocha, o vice Paco Britto, o deputado Eduardo Pedrosa e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.


70 mil pacientes com covid
O Hospital Regional da Asa Norte (Hran) atendeu, ao longo dos sete meses de pandemia, 70.542 pacientes. Desse total, 99,38% foram pessoas com suspeita ou confirmadas com a covid-19.


Em campanha

No meio político, o comentário é que o ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) entrou em campanha para 2022.


Dois de novembro em pandemia

O Dia de Finados amanhã será mais triste para as famílias de 3.676 pessoas que perderam a vida na pandemia. Outras 202.935 que se recuperaram precisam agradecer.


Em duas semanas, Centrão

Em duas semanas de mandato, Luzia de Paula (PSB) não teve tempo de dizer a que veio. Nenhum projeto. Nenhuma votação decisiva. Na apreciação do novo Refis, nesta semana, José Gomes já está de volta. Luzia só teve tempo de entrar no bloco
do Centrão. Agora é esperar por um desfecho próximo na Justiça.


Mandou bem
O Conselho Federal de Medicina criou um portal para homenagear os profissionais que morreram de covid-19, salvando vidas.


Mandou mal
O presidente Jair Bolsonaro fez uma piada em tom homofóbico dizendo que viraria “boiola igual maranhense” por tomar guaraná rosa.


Enquanto isso...Na sala de Justiça
A posse do novo desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Hector Valverde Santana, será nesta sexta-feira, às 17h, pelo YouTube. Nada de aglomerações.


A pergunta que não quer calar
A pandemia na Europa hoje é o Brasil em 2021?


Só papos


“Inaceitável que agentes estatais ordenem, como protocolo geral, a retirada das roupas íntimas dos visitantes para inspeção de suas cavidades corporais”
Edson Fachin, ministro do STF


“Aonde chegaremos desse jeito? Em que país do mundo ministros da Suprema Corte preocupam-se tanto em ferrar a população e em facilitar a vida de bandidos?”
Bia Kicis (PSL-DF), deputada federal

À QUEIMA-ROUPA
Clayton Germano
Promotor de Justiça da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde

“A queda nos números de casos e de mortes, decorrentes do novo coronavírus, demonstra um breve acerto da forma como vem se dando a reabertura do comércio e outras atividades econômicas e sociais no Brasil”

Estamos vendo um grande “liberou geral”. A pandemia acabou?
A pandemia do novo coronavírus não acabou. O vírus causador da doença covid-19 continua se propagando e infectando as pessoas, com risco de causar sérios agravos à saúde e à vida das pessoas. É importante que se diga à população em geral que a Lei nº 13.979/2020 prevê que as autoridades sanitárias disporão sobre a duração da situação de emergência de saúde pública e sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019. Assim, enquanto perdurar a emergência de saúde pública, a pandemia não terá acabado oficialmente.

Na Europa, temos notícia da segunda onda. Ela vem ao Brasil?
A cada dia nossos cientistas descobrem algo novo sobre a covid. A população deve sempre ser alertada sobre a grande velocidade de propagação e gravidade do novo coronavírus. Assim, o mais importante é que a população brasileira continue mantendo as medidas sanitárias de uso de máscaras, distanciamento social, evitar aglomerações, lavar as mãos, uso de álcool em gel e outras medidas de higiene pessoal e de ambientes (em casa, trabalho, escolas, transportes, etc.) para evitar a contaminação. Com a conscientização e devida informação da população — papel que cabe, sobretudo aos veículos de comunicação —, caso uma segunda onda chegue ao Brasil, creio que podemos superá-la.

Não é temerário abrir agora?
A abertura das atividades, em geral, deve sempre ser feita com cautela, com observância das medidas sanitárias e de forma gradual. A queda nos números de casos e de mortes, decorrentes do novo coronavírus, demonstra um breve acerto da forma como vem se dando a reabertura do comércio e outras atividades econômicas e sociais no Brasil. Ocorre que os números de casos e mortes no Brasil, nos últimos meses, estacionou em patamar muito alto — e comparando com outros países, apesar da queda, ainda estamos com números preocupantes —, motivo pelo qual é sempre importante insistir para que a população siga as recomendações dos cientistas, dos veículos de comunicação e das autoridades sanitárias: uso de máscaras, distanciamento social, evitar aglomerações, lavar as mãos, uso de álcool em gel e outras medidas de higiene pessoal e de ambientes (em casa, trabalho, escolas, transportes, etc.) para evitar a contaminação.

Vagas em UTIs em hospitais serão reutilizadas?
É importante que se diga à população que a Constituição Federal incumbiu ao Ministério Público a missão de defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis — dentre eles o direito à vida e à saúde individual e da coletividade. Nesse aspecto, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios criou uma Força-Tarefa para acompanhar e fiscalizar as medidas de enfrentamento ao novo coronavírus no âmbito do Distrito Federal. Desde o princípio, o MPDFT tem fiscalizado as ações da rede pública de saúde do DF e, recentemente, recomendou à Secretaria de Saúde a confecção de um Plano de Desmobilização Gradual dos Leitos de UTI e de Cuidados Intermediários (UCI) para os pacientes com covid-19, com sua reutilização na rede. Esse Plano de Desmobilização também leva em conta a possibilidade de um novo aumento do número de casos e reutilização de leitos e UTI e UCI. Entretanto, é sempre importante insistir para que a população continue seguindo as recomendações sanitárias já mencionadas.

Como fugir da contaminação?
A experiência adquirida e os fatos até aqui observados demonstram que a população deve, primeiramente, informar-se em veículos de comunicações confiáveis, seguir as orientações dos cientistas, da comunidade científica, bem como seguir as recomendações das autoridades sanitárias no uso de máscaras, distanciamento social, evitar aglomerações, lavar as mãos, uso de álcool em gel e outras medidas de higiene pessoal e de ambientes (em casa, trabalho, escolas, transportes, etc.) para evitar a contaminação.

Acredita que um dia voltaremos ao normal do passado?
A história comprova que a humanidade já enfrentou outras pandemias em sua existência na Terra, o que só foi possível com a cooperação e solidariedade entre pessoas, comunidades, cidades, estados, países, nações e comunidade de nações. Com o novo coronavírus não será diferente. A humanidade novamente se encontra naquele momento histórico que só ocorre a cada século ou mais — a última grande pandemia causada pelo vírus Influenza H1N1 ocorreu em 1918 —, em que ela precisa forjar novos mecanismos de convivência e harmonia social, ao mesmo tempo que precisa manter a perpetuação da espécie, educar seu egoísmo, saber manter a sua liberdade e autonomia. A esperança me faz acreditar que a volta ao normal do passado está nas mãos da humanidade, desde que prevaleça a cooperação e a solidariedade entre as pessoas.

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